postado em 12/11/2014 15:57
Quando bate aquele sonho de jovem de seguir uma determinada profissão, é difícil tirá-lo da cabeça. Mas é comum surgirem dúvidas sobre o melhor caminho, se haverá identificação com o trabalho, entre outras questões. Em pleno 3; ano do ensino médio, uma estudante de Samambaia desejava ser jornalista. Antes do vestibular, porém, ela queria ter algum contato prático com a profissão para se certificar de que poderia seguí-la sem medo. Foi aí que Bruna Rezende, 17 anos, leu no Correio Braziliense que seria ministrado, no final do primeiro semestre, o curso Repórter Mirim no Centro Olímpico e Paralímpico de sua cidade.
Não hesitou e logo se inscreveu no concurso de redação que selecionaria os autores dos melhores textos para as vagas do curso. O trabalho foi escolhido pela comissão julgadora da Fundação Assis Chateaubriand e Bruna teve a chance de aprender técnicas de redação, reportagem e fotografia. E ainda conheceu de perto o dia a dia de jornalistas do Correio Braziliense, da TV Brasília e da Clube FM em visita à sede dos Diários Associados em Brasília. Era a injeção de ânimo que precisava para ter certeza de que escolheria jornalismo no vestibular.
Desde o início, Bruna, que também é aluna de tênis do centro, demonstrou empolgação com a oportunidade e comemorou o certificado de Repórter Mirim. ;Ser repórter é o maior sonho da minha vida, e esse curso foi um presente, que transbordou ainda mais o carinho que tenho pela profissão. Descobri que é a minha vocação mesmo;, afirmou Bruna, no encerramento do curso, em junho passado.
Sentindo-se mais confiante, levou a sério os estudos. A preparação foi intensa até as vésperas do Enem. Pela manhã, frequentava as aulas da escola, o Centro de Ensino Médio (CEM) Taguatinga Norte. À tarde, concentrava-se nas aulas do cursinho pré-vestibular e, à noite, estudava por mais duas horas e meia para fixar o conteúdo. Aos fins de semana, mais aulas do cursinho.
Os primeiros resultados logo vieram: ela foi aprovada em vestibulares de três faculdades particulares de jornalismo do Distrito Federal. ;O Repórter Mirim me ajudou muito a crescer, aprimorou a minha visão, mudou a minha vida. Conheci a prática, conheci um jornal e uma emissora de televisão de verdade. Isso me incentivou a me empenhar muito mais a estudar.
O curso me deixou mais crítica, me ajudou a escrever melhor;, relatou a aluna, que também fez as provas do Enem no último fim de semana e disputar a terceira etapa do PAS nos próximos dias para tentar uma vaga na Universidade de Brasília. Agora, mesmo sem cursinho, ela continua estudando para o PAS. ;Estou estudando as obras. Já li os livros, e agora estou lendo os contos e ouvindo as músicas que pedem;, conta Bruna.
Futura correspondente
Orgulhosa, a mãe de Bruna acredita que a oportunidade foi ;um divisor de águas; na vida da filha. ;O curso veio para acrescentar. Bruna ficou mais focada, mais responsável, mais independente. Melhorou muito, valeu a pena, só tenho a agradecer;, observou a dona de casa Rosemary Rezende, 45 anos.
Bruna teve o sonho de ser jornalista despertado pelo irmão autista, que sempre gostou de acompanhar as notícias do mundo na televisão. ;Comecei a assistir com ele e me interessei muito por jornalismo, também para poder ajudá-lo de alguma forma;, conta a jovem. Agora ela sonha em ser uma correspondente internacional e trabalhar em Londres.
Para Roberta Gay, analista de projetos da, é gratificante receber o reconhecimento da comunidade e ver que iniciativas, como o Repórter Mirim, fizeram a diferença na vida dos participantes. ;Quando recebemos um depoimento desses, temos a certeza de que tudo valeu a pena. Nosso trabalho nos Centros Olímpicos e Paralímpicos busca integrar a prática esportiva com ações educativas. Essa transversalidade tem como propósito o desenvolvimento humano e social das comunidades atendidas;, explica.
Estímulo profissional
Ao todo, 120 jovens de 12 a 17 anos dos Centros Olímpicos e Paralímpicos de Ceilândia (Parque da Vaquejada), Riacho Fundo I, Samambaia e São Sebastião concluíram o curso Repórter Mirim, realizado pela Fundação Assis Chateaubriand em parceria com a Secretaria de Esporte do DF. O objetivo foi proporcionar novas perspectivas pessoais e profissionais e desenvolver nos alunos criatividade, iniciativa e habilidades.
O curso também visou despertar talentos por meio do estímulo à leitura, escrita, análise crítica das informações e produção de imagens. Como legado, aqueles que mais se identificaram continuam o trabalho na cobertura de ações e eventos nos Centros. Saiba mais no ou na página do da Fundação Assis Chateaubriand.