Cidades

Distritais evangélicos prometem defender os interesses não apenas de fiéis

Dos sete representantes das igrejas eleitos para a Câmara Legislativa, três são pastores e admitem ter os templos como bases eleitorais

postado em 17/11/2014 06:02
Na atual composição da Câmara, há quatro evangélicos: algumas propostas são direcionadas aos frequentadores dos templos
O número de evangélicos no poder Legislativo em todo o Brasil tem aumentado de forma proporcional ao crescimento da comunidade de fiéis no país. No Distrito Federal, a bancada evangélica também será reforçada na próxima legislatura. Enquanto atualmente quatro deputados distritais têm como base as igrejas que frequentam, em 2015 eles passarão a ter sete representantes, o equivalente a 29% das cadeiras. Além de serem seguidores, três dos eleitos em outubro último são pastores.

O distrital mais bem votado em 6 de outubro, Júlio César (PRB), é evangélico desde 1992. Diz ter se convertido por causa de problemas familiares. Na época, morava em São Paulo e passou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus da região de Franca. Mudou para Brasília há muito pouco tempo, após conseguir o cargo de secretário de Esportes na administração Agnelo Queiroz (PT), por indicação do partido. Escolheu o templo da 202 Sul para frequentar. Apesar de ter iniciado a trajetória religiosa na Universal, Júlio afirma que não se prende a este segmento e visita com regularidade igrejas de outras correntes. O DF tem aproximadamente 200 igrejas da Universal do Reino de Deus.

Júlio garante, no entanto, que os locais não serviram de palanque para os 29.384 votos recebidos. ;Não tenho dúvida de que fazer parte da igreja foi muito positivo porque assim como o esportista se identifica com o candidato do esporte, o evangélico se identifica com você. Contribuiu para meu sucesso nas eleições, mas meu trabalho não foi dentro das igrejas. Foi nas ruas;, argumenta. À frente da Secretaria de Esportes, ficou conhecido por meio de projetos como o Compete Brasília, que, entre outras coisas, financiava as viagens de atletas por todos o país e o mundo.

Já o Bispo Renato, nome que usou na urna e como gosta de ser chamado, será o único parlamentar do PR na Câmara Legislativa do DF. Pastor há 32 anos, evoluiu na hierarquia interna e tornou-se bispo de todas as igrejas Abençoando Nações do Brasil. Essa foi a terceira vez que concorreu e a primeira que conquistou um assento como titular no legislativo. Ele afirma que iniciou a carreira política sem pretensões pessoais. ;Em 2006, eu me candidatei apenas para fortalecer a base do Aguinaldo de Jesus, meu colega de igreja, e conseguimos elegê-lo. Na última eleição, fui o 22; mais votado, mas não entrei por causa do quociente eleitoral;, recorda.

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