Numa cidade onde a história ainda está à flor da Terra, o sertanejo Erasmo de Castro era o testemunho mais antigo de tudo o que aconteceu no Planalto Central desde que, no século 18, surgiu o sonho de transferir a capital do país do litoral para as entranhas do território. Violeiro, poeta, catireiro, cantador de folia, contador de histórias, Erasmo era filho de Viriato de Castro, o adolescente que serviu de guia para os cientistas que desbravaram e perscrutaram o Brasil profundo, o centro geográfico do país para criar as condições de, um dia, talvez, quem sabe, fazer a transferência da capital.
Personagem encantador, como se saído de uma fábula, Erasmo de Castro morreu em novembro de 2006, aos 75 anos, de complicações provocadas pela doença de Chagas. Um mês depois, a governadora interina, Maria de Lourdes Abadia, assinava o Decreto nº 27.581 dando à via de acesso ao Arapoanga, bairro de Planaltina, o nome de Avenida Erasmo de Castro. A governadora ressaltava, no texto da lei, “a relevante contribuição do Sr. Erasmo de Castro em prol da cultura da cidade de Planaltina”, ou seja, o homenageado não tinha sido apenas o filho de um guia da Missão Cruls. Ele era a encarnação da cultura sertaneja que se espraiava entre Planaltina, Formosa e Luziânia desde o século 18.
A Avenida Erasmo de Castro é uma das mais relevantes do comércio de Planaltina. É uma via demasiadamente larga, de duas mãos, com canteiro central, modelo viário que se repete em várias cidades-satélites. Nela, concentram-se lojas de material de construção, supermercados, farmácias, quiosques e uma loja de colchões que deve ser uma das maiores do quadradinho.
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