postado em 28/11/2014 07:10
O Natal chegou mais cedo para David Oliveira, 14 anos, morador do Recanto das Emas. Depois de o Correio publicar, na edição de ontem, a carta em que ele pede ao Papai Noel para voltar a enxergar, os brasilienses se mobilizaram. Dezenas de pessoas das asas Sul e Norte, Cruzeiro, Lago Norte, Guará, Águas Claras e outras cidades do Distrito Federal entraram em contato com a reportagem para tentar ajudar. David tem ceratocone, uma doença que afeta a córnea. Uma lente especial pode ajudá-lo a ter melhor qualidade de vida enquanto espera por um transplante. A lente custa R$ 1,2 mil e a mãe, desempregada, não tem condições de comprá-la. Mas a solidariedade das pessoas foi além do dinheiro.
Na manhã de ontem, o telefone de Francinete Oliveira, 38 anos, começou a tocar cedo. Na escola de David, o Centro de Ensino Fundamental 308, do Recanto das Emas, a comoção foi grande. Pessoas ligaram e foram até a instituição para saber como poderiam colaborar. Grupos ainda se cotizaram para levantar a quantia necessária para comprar a lente para o jovem. Outras tentaram em diferentes hospitais consultas e novas avaliações médicas. Ciente da situação financeira complicada da família do rapaz, os leitores do Correio ainda optaram por ajudar Francinete com o pagamento da conta de água, atrasada havia três meses.
[SAIBAMAIS]Hoje, ele tem consulta marcada no Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB). O oftalmologista do Departamento de Córnea e Lentes de Contato do Local, Guilherme Rocha, comovido com a história, vai ajudar o adolescente. O médico fará uma bateria de testes para avaliar o quadro de David e a gravidade do problema. O HOB é particular, mas atenderá o adolescente sem nenhum custo para a família. A partir dos resultados, o especialista indicará o melhor tratamento para a doença. Outros dois médicos também entraram em contato com a família no intuito de auxiliar . A Visão Institutos Oftalmológicos também se colocou à disposição.
Para conseguir o transplante de córnea, David precisa entrar numa fila de espera. De acordo com Secretaria de Saúde do DF, ele não está inserido na fila para transplante. Mas uma consulta foi marcada para o estudante no Instituto de Cardiologia do DF (ICDF) em 15 de dezembro, às 11h20. ;Para entrar na fila de transplante, todos os pacientes precisam procurar um Centro Transplantador. Feito isso, o paciente passa por uma avaliação e o médico o coloca na fila;, diz a nota.
Ainda de acordo com a pasta responsável, é difícil precisar quanto tempo demora para que uma pessoa consiga um transplante, mas a média no DF é de quatro meses. Só este ano foram realizados 221 transplantes de córnea no DF. Hoje, existem três Centros Transplantadores no DF, que ficam no HBDF, ICDF e Hospital Universitário de Brasília (HUB).
Diante de tanta ajuda, a mãe do adolescente ficou emocionada. ;Muitas pessoas estão tentando ajudar. Estou muito feliz. É muita notícia boa para uma pessoa que achava ser excluída da sociedade;, afirma Franciente Oliveira. David não se conteve ao perceber a comoção de gente que nunca havia visto. ;Deus ouviu minhas orações;, disse. A maioria dos doadores que entrou em contato com a família preferiu não se identificar.
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