O banco de sangue canino do Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (HVet-UnB) sofre com a falta de animais cadastrados. Levantamento feito pelo Hospital registrou 19 cães incluídos no sistema. A estimativa ideal é de que 40 a 50 donos de cães estejam dispostos a permitir que seu bichinho doe sangue em períodos constantes.
Maçaranduba, um macho de 4 anos da raça rottweiler, é o melhor amigo do banco de sangue canino da UnB. O animal dócil é o principal doador do hospital desde 2012. Maçaranduba já doou oito bolsas de sangue. Cada bolsa contém cerca de 500 ml, quantidade suficiente para o tratamento de três cães de pequeno porte.
O benefício da doação de sangue abrange tanto o animal receptor quanto o doador, que passa por uma série de exames gratuitos. São feitas análises da função renal e hepática, além do mapeamento de doenças infecciosas. Portanto, o cão doador certifica a saúde e a distribui para outros animais que estão doentes.
Segundo a veterinária Rosélia Araújo, o rottweiler reage muito bem à coleta. Maçaranduba fica calmo até no momento de espetar a agulha. Após a doação, é recomendável que o cão fique deitado por 15 minutos para evitar a formação de hematomas. Depois do repouso, o animal pode se alimentar e seguir a rotina normalmente. A única restrição é a próxima doação, que só deve ser feita depois de dois meses.
O programador e dono de Maçaranduba Gledson de Albuquerque ressalta que mesmo sem anestesia o cão "doa sangue sem problemas". Gledson, que também é doador de sangue, conta que um dia depois da coleta, o animal de estimação está apto a realizar sua corrida diária de 8 quilômetros. Acompanhe o momento da doação do rottweiler:
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Existem dois bancos de sangue em Brasília; o Centro de Hemoterapia Veterinário (particular) e o Hospital Veterinário da UnB. O professor da UnB Jair Costa, coordenador do banco público, explica que os cães têm cerca de sete tipos sanguíneos. Diferentemente dos gatos e também dos seres humanos, um mesmo cão pode apresentar mais de um tipo sanguíneo. Logo, a demanda dos caninos é sempre alta.
De acordo com o professor, o doador de sangue não terá nenhuma cobrança. No entanto, o proprietário do animal que receberá o sangue deverá arcar com custos para a reposição de material utilizado no tratamento.
O HVet/UnB faz atendimento gratuito ao projeto Cão Guia, que cuida dos animais dos portadores de deficiência visual, e aos animais do Corpo de Bombeiros. Os proprietários interessados em inscrever seu cão no banco da sangue deverão procurar o serviço do Hvet-UnB apor meio dos telefones 3107-2802 / 8194-5920 ou seguir a .