Jornal Correio Braziliense

Cidades

MP contesta lei que dificulta reforma administrativa de Rollemberg

Órgão alega constitucionalidade de norma publicada nesta sexta pela Câmara Legislativa que obriga qualquer mudança na máquina administrativa a ser aprovada pelos distritais

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) entrou nesta sexta-feira (28/11) com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra lei promulgada pela Câmara Legislativa do DF (CLDF) que irá dificultar a reforma administrativa do governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB).

A lei distrital 5.423, de autoria do distrital Alírio Neto (PEN), publicada nesta sexta no Diário da Câmara Legislativa (DCL), obriga o GDF a encaminhar para aprovação dos distritais toda modificação na máquina administrativa, como criação e extinção de órgãos e cargos, mesmo quando não ocorra aumento de despesas.

A Adin, com pedido de liminar para suspender imediatamente os efeitos da lei, é assinada pela vice-procuradora-geral de Justiça, Zenaide Souto Martins, e pelo promotor de Justiça Antonio Suxberger. Para o MP, a lei é inconstitucional por vício de iniciativa por ter sido apresentada por um parlamentar. Para o órgão, a autoria deveria ser do próprio governo, já que a questão trata de responsabilidades do Executivo.



A ação foi distribuída para a desembargadora Simone Lucindo. O caso tem que passar por análise do Conselho Especial do TJDFT (órgão colegiado da Casa que reúne os desembargadores mais antigos), que só tem três sessões nas terças-feiras até o recesso (20 de dezembro). Caso não exista tempo hábil para que a Justiça conceda a liminar, restará ao futuro governador negociar com a Câmara Legislativa para enviar a reforma administrativa em sessão extraordinária no início de janeiro, pois os distritais só iniciam os trabalhos oficialmente em fevereiro.