postado em 29/11/2014 07:46
A possibilidade de o reservatório da Barragem do Descoberto estar contaminado fez com que a situação do lixão de Águas Lindas de Goiás fosse questionada pelos Legislativos local e federal. Requerimentos da Câmara Legislativa e da Câmara dos Deputados colocam em dúvida se a proximidade do depósito com as margens do reservatório afeta o lençol freático. Um estudo, em elaboração pelo Consórcio Público de Manejo de Resíduos Sólidos e das Águas Pluviais da Região Integrada do DF e Goiás (Corsap), acena para o risco de a maior fonte de abastecimento do território ser afetada por chorume e resíduos tóxicos. A suspeita coincide com a aprovação da Política Distrital de Resíduos Sólidos, publicada ontem no Diário da Câmara Legislativa.
A denúncia sobre a possível contaminação levou o líder do PV na Câmara dos Deputados, Sarney Filho, a pedir, em 20 de novembro, esclarecimentos ao Ibama, ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e à Secretaria de Meio Ambiente de Goiás. Na esfera distrital, o deputado Joe Valle (PDT) requisitou à Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa) e à Caesb posicionamentos a respeito da situação. Ele destaca que só após um maior entendimento do caso será possível pensar em providências. ;O requerimento é para saber se a contaminação está em níveis críticos, conforme a denúncia recebida. É delicado, uma vez que, se for confirmado o problema, a solução é mais difícil do que se houvesse prevenção;, diz.
Os órgãos citados têm 30 dias para responder às solicitações. Procurado, o Corsap não deu retorno. O Ibram respondeu, por meio de nota, que ;tem conhecimento da situação e está realizando gestões em conjunto ao órgão ambiental de Goiás e com o órgão federal (Ibama) para resolver o problema. Até o momento, o Ibram não recebeu nenhuma comunicação oficial da Caesb sobre a possível contaminação do reservatório;.
O lixão de Águas Lindas remonta aos tempos do Parque da Barragem, quando a região ficava na poligonal de Santo Antônio do Descoberto, até 1995. A especulação imobiliária e a falta de uma política de ordenamento territorial deixaram a área exposta à ocupação ilegal e à destinação incorreta de resíduos sólidos e de esgoto. Desde então, destaca-se o risco de contaminação do manancial, responsável por 65% do abastecimento de água do DF.
O fato de ficar na divisa entre a capital e Goiás dificulta as negociações, segundo a presidente da Associação dos Produtores e Protetores da Bacia do Descoberto (Pró-Descoberto), Rosany Carneiro. ;Vivemos grande ansiedade para que o trabalho de reflorestamento das margens (do reservatório) e de educação ambiental seja feito na parte de Goiás também;, afirma.
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