postado em 30/11/2014 06:30
Em um primeiro momento, Fabiana Ikeda, 39 anos, atribuiu o cansaço e as fortes dores no corpo a um quadro de estresse ou de fibromialgia ; doença que provoca incômodos por longos períodos. Porém, há quase dois meses, a servidora pública recebeu o diagnóstico de leucemia linfóide aguda (LLA), câncer que atinge as células-tronco. Desde então, a ativista social está internada em um hospital de Brasília. Iniciou as sessões de quimioterapia, e a única esperança é o transplante de médula óssea por meio de um doador compatível. O fato de existirem poucos cadastros de descendentes de Fabiana Ikeda no país levou ela e familiares a iniciarem na internet uma campanha em favor da doação.
;Você pode salvar Fabiana Ikeda; está presente nas redes sociais e em uma página da web (). A ação chama a atenção para a importância de as pessoas se registrarem para doar a medula óssea (veja Chance de cura). Mesmo sendo brasileira, a genética de Fabiana é totalmente japonesa, pois os avós maternos e os paternos nasceram naquele país. Porém, dos 3,5 milhões de doadores no Brasil inscritos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), 3,44% são orientais ou descendentes, somando 117,3 mil pessoas.
O baixo número alarmou ela e o marido, Daniel Gonçalves de Oliveira, 39 anos, que deram início à campanha virtual. ;Queremos, por meio da nossa história, estimular a doação com relação às questões de etnia. A ideia é que as pessoas tenham conhecimento do processo e saibam que existe uma necessidade de doadores no sistema. A campanha não abrange apenas a minha esposa, mas todos os que precisam fazer um transplante imediato;, comenta Daniel.
O pai de Fabiana não pode se apresentar em virtude da idade. E o irmão se mostrou incompatível para a doação. Apesar de não ser uma doença hereditária, a mãe dela morreu há três anos por causa da LLA. Outra coincidência: o diagnóstico da servidora pública veio em 10 de outubro, mesma data em que a mãe deu entrada no hospital em 2011. ;Quando comecei a ter os sintomas, pensei em estresse, mas, depois, lembrei como foi com a minha mãe e fiquei com medo de ser a mesma doença.;
Fabiana tem dois filhos, Gabriel, de 14 anos, e Tarsila, 9. A servidora pública também trabalhou com projetos voltados a comunidades carentes em diferentes partes do país e no exterior. Além da campanha para aumentar o número de doadores, ela pensa em montar uma ONG para incentivar a doação de medula óssea para etnias com dificuldades para encontrar cadastros compatíveis, como japoneses, indígenas e quilombolas. ;A campanha tem dado muita repercussão nas redes sociais. Venho recebendo muitas mensagens de apoio de gente daqui do Brasil e até de fora. Até quando calculamos, as redes sociais tinham reunido mais de 400 mil internautas;, comemora.
Pela doença estar em estado agudo, Fabiana tem prioridade na lista de espera da doação de medula óssea. ;Isso tudo mostrou uma nova forma de ver a vida. É emocionante a aproximação das pessoas na tentativa de me ajudar. Elas não sabe quem eu sou, mas estão contribuindo. É bom saber que tem gente que se preocupa. Passei a ver o mundo com mais esperança;, comenta, emocionada.
Chance de cura
Como doar
; Qualquer pessoa entre
18 e 55 anos com boa saúde pode doar medula óssea
; É colhida uma pequena
amostra de sangue
(de 5ml a 10 ml) e realizado
um cadastro com os dados pessoais
; É muito importante que sejam mantidos atualizados os dados cadastrais para facilitar e agilizar a chamada do doador no momento exato
; Caso o seu DNA seja compatível com outro receptor, o doador é convidado a fazer uma breve avaliação de saúde e a realizar o procedimento
; A doação se faz em um centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por, no mínimo, 24 horas
Onde doar
; Fundação Hemocentro
de Brasília
; Setor Médico Hospitalar Norte, Quadra 3, Bloco A,
1; andar
; Telefone: (61) 3327-4447