Cidades

Regras para venda dos créditos do governo devem sair nesta quinta-feira

Depois da aprovação da proposta pela Câmara, deputados ainda têm dúvidas sobre como serão as operações no mercado. Economistas acreditam que medida pode trazer prejuízo ao tesouro

Flávia Maia
postado em 04/12/2014 06:25
Câmara aprovou, terça-feira, projeto que é considerado pelo GDF a salvação para o déficit, com arrecadação de até R$ 2 bilhões a serem usados para quitar dívidas públicas

O Fundo Especial da Dívida Ativa (Fedat) foi aprovado pela Câmara Legislativa, mas seguem as dúvidas sobre a proposta do governo. Entre especialistas no assunto e parlamentares que votaram a favor da medida, as opiniões são divergentes. Segundo economistas, a securitização da dívida é um mecanismo para maquiar as contas públicas, mas o governo defende que a operação visa atrair receitas mais rapidamente do que o esperado com o pagamento dos débitos em aberto pelos devedores do GDF. Afora os aspectos técnicos do texto aprovado pela Câmara, o assunto acabou se tornando o centro de uma disputa política entre o governo eleito e a atual gestão do Palácio do Buriti.

Ainda não está esclarecido, por exemplo, como o Banco de Brasília (BRB) vai gerir o fundo. A escolha da instituição ocorreu por uma emenda apresentada em plenário pela líder do governo, Arlete Sampaio (PT), antes da aprovação do texto final. Também foi dela a iniciativa de fixar o percentual de 20% do patrimônio do Fedat para uso imediato do governo, como cobrir eventual deficit das despesas de pessoal e investimentos para realização de obras e serviços públicos. Procurado pelo Correio, o BRB não respondeu as questões até o fechamento desta edição. A regulamentação do fundo deve ser divulgada hoje.

Mesmo depois de aprovada a matéria, o entendimento é controverso entre parlamentares e GDF. Para a líder do governo na Câmara, Arlete Sampaio (PT), por exemplo, a operação do fundo prevê um ;deságio ainda indefinido; da dívida, ou seja, a venda de títulos em valores menores ao que correspondem na realidade. ;Esse projeto possibilita receber parte significativa da dívida, e é isso o que importa. É como se o banco ou o investidor pagasse pela dívida à vista um valor menor do que o da dívida real e, em contrapartida, esse investidor poderia negociar esse título com o devedor para ter lucro na operação;, exemplifica.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação