Cidades

Em semana de prova, professores continuam paralisados por falta de salário

Cerca de 50 mil servidores da Secretaria de Educação aind anão receberam salário. Professores protestaram em frente ao Palácio do Buriti

postado em 09/12/2014 07:20
Os docentes do Distrito Federal não viam o salário atrasar há aproximadamente 10 anos, segundo o Sindicato dos Professores (Sinpro). Eles deveriam ter recebido os vencimentos até a última sexta-feira (5/12), mas o GDF ainda não conseguiu fazer os repasses. Com contas atrasadas, a categoria cruzou os braços e deixou os alunos da rede pública de ensino sem aulas. Embora o ano letivo termine em 22 de dezembro, estudantes ainda fazem provas e pais aguardam pelos resultados. Apesar de faltarem poucos dias, a categoria enfatiza que não pode concluir o trabalho sem assegurar os direitos básicos dos trabalhadores. Ontem, cerca de 600 professores protestaram em frente ao Palácio do Buriti.

Pelo portão, criança observa uma creche fechada em Samambaia

Ao todo, cerca de 50 mil servidores aposentados e da ativa estão sem receber. Pega de surpresa, a professora Kátia de Paula, 46 anos, atrasou o pagamento do cartão de crédito, o financiamento da casa, a prestação do carro e outras contas. No cargo há 18 anos, ela teme que as consequências da falta de pagamento ;inviabilizem; o ano letivo. ;Ainda estamos realizando as provas do 4; bimestre, fazendo os conselhos de classe. Se tivermos que repor aulas, ainda podemos atrapalhar as viagens dos pais e as férias;, afirma. Após reunião com a Secretaria de Administração Pública do DF, representantes do Sinpro informaram sobre a possibilidade de o salário estar na conta ainda hoje, mas, caso isso não ocorra, nova paralisação está marcada para as 10h.

Justificativas

Em nota, a pasta destacou que o salário dos servidores do setor é pago com parte da verba do Governo Federal e parte do Tesouro Distrital. O montante federal só teria sido depositado no fim da última sexta-feira. Além disso, a receita do DF teria problemas devido ao baixo crescimento da economia e à frustração na arrecadação. Por isso o atraso. Só nas áreas da saúde e da educação, são 80 mil servidores: cerca de 30 mil da área hospitalar e 50 mil da educação. Para pagar os vencimentos, o GDF precisou fazer o depósito de R$ 700 milhões.

Cerca de 600 professores se reuniram ontem em frente ao Palácio do Buriti: em caso de greve, o ano letivo ainda pode ser muito prejudicado



[SAIBAMAIS]De acordo com a diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) Rosilene Correia, além dos salários, existe o compromisso do governo de pagar o 13;, em 20 de dezembro, para os profissionais que fazem aniversário neste mês e a diferença dos que nasceram em outros meses. Para a próxima sexta-feira, o Executivo ainda firmou o compromisso de quitar os acertos de aposentadoria, que são os benefícios não usufruídos pelos servidores ao longo da carreira.

Creches

A saga dos pais que matricularam os filhos em creches conveniadas ao Governo do DF continua. Desde agosto, 22 instituições não recebiam os repasses e tiveram que paralisar os serviços. Na noite da última sexta-feira, oito delas receberam a verba e abriram as portas ontem, mas as outras 15 ainda não podem voltar a ofertar o serviço aos 1.615 alunos matriculados. A promessa é de que os R$ 3,7 milhões necessários para que elas retomem as aulas sejam pagos amanhã.

Segundo o presidente do Conselho das Entidades de Promoção e Assistência Social do DF (Cepas), Ciro Heleno, as creches não têm dinheiro, e os cerca de 500 empregados estão com salários e 13; atrasados. ;Mesmo assim, acreditamos que o depósito será feito. Eles vão cumprir a promessa. Disseram que pagariam uma parte na sexta e pagaram. Estamos com esperança;, afirmou.

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