postado em 20/12/2014 09:05
Uma falha no sistema de contenção de águas do Setor Noroeste explica em parte os estragos e as inundações provocadas pelas chuvas dos últimos dias na Asa Norte. Isso foi o que constatou a Defesa Civil, depois de percorrer o caminho feito pelos temporais a partir de vestígios deixados pela lama. Ao que tudo indica, um dos reservatórios de escoamento está transbordando, fazendo com que o fluxo seja direcionado às quadras 10 e 11 da parte norte do Plano Piloto. Esse problema se soma a outros, como redes de captação insuficientes e falta de manutenção adequada.
Segundo o subsecretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Bezerra, há duas bacias responsáveis por armazenar a água no Noroeste, mas só a com função de direcionar a chuva para o fim da Asa Norte estaria em funcionamento. ;Se chover da forma como foi, isso vai se repetir. A estrutura está subdimensionada, não suporta, o que faz com que a água caia no meio da Asa Norte, especificamente na 10 e na 11;, detalha. Segundo Bezerra, não é a primeira vez que isso acontece. ;O problema são as áreas em construção. A terra desce com a enxurrada até atingir as tesourinhas;, completa.
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Na prática, a água que deveria ser retida nas bacias acaba percorrendo um longo trajeto. Dessa forma, a chuva se mistura ao barro das construções. Com um reservatório raso, ela passa direto até chegar ao Parque Burle Marx e, depois, atinge a 910. A partir daí, é redividida entre as proximidades da 10 e da 11. ;A correnteza desemboca especificamente na 510, na 511, na 310 e na 311. Por isso, tivemos a incidência de prédios inundados e de subsolos alagados.;
Com o temporal da terça-feira, o subsolo do Bloco E da 311 Norte ficou submerso. A entrada lateral do edifício cedeu, assim como a rampa e a calçada. O empresário Adriano Teles, 21 anos, tem três estabelecimentos esportivos no local. Ele estima ter perdido R$ 300 mil em equipamentos. ;Estamos há mais de 15 anos nesse prédio. Havia acontecido fortes chuvas, mas pouca água entrou. Não nessa proporção.; Até hoje, prédios na região estão interditados, como o do Ministério dos Esportes e do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), na 511.
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