Cidades

Suspeitas de graves sequelas após atendimentos nas Carretas da Visão

MP e Tribunal de Contas registraram reclamações de falhas que teriam decorrido de cirurgias de catarata feitas por empresa contratada pelo GDF

postado em 23/12/2014 07:01
Durante sete meses, duas carretas atenderam em várias cidades do DF, por meio de contrato que chegou a R$ 29,8 milhões
Criadas para ser uma solução para a demanda de cirurgias e consultas oftalmológicas, as Carretas da Visão estão sob foco de reclamações por mau atendimento e suspeita de falhas graves nos procedimentos de saúde. Pacientes procuraram a Defensoria Pública (DPDF), o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o Tribunal de Contas do DF e a Justiça relatando graves sequelas após as cirurgias. O Correio obteve o relato de três casos de possíveis complicações.

Quem conta a história de Maria de Lourdes Ferreira, 68 anos, é sua filha Clésia Gonçalves, 33, moradora de Valparaíso de Goiás (GO). Maria aguardava por uma consulta em oftalmologia na rede pública havia dez anos. O olho esquerdo já estava cego e a visão direita, comprometida seriamente. Quando Clésia soube da presença das carretas em Ceilândia, não pensou duas vezes: ;Foi a minha esperança de dar uma condição de vida melhor para minha mãe;, diz. ;Quando nos disseram que os atendimentos começariam no dia seguinte às 6h, voltamos às 5h30 e ela foi operada dos dois olhos simultaneamente;, completa. Segundo especialistas, as normas brasileiras para cirurgias da visão são contrárias a cirurgias simultâneas nos dois olhos.

Maria teve sérias complicações de saúde e morreu cerca de oito semanas após o procedimento. Ela era diabética havia 20 anos e sofria de pressão alta. ;Um dia depois da cirurgia, na revisão, ela não teve nenhum atendimento individual. Uma pessoa da carreta fez um tipo de palestra para todos os que haviam sido operados e disse que era normal que os olhos lacrimejassem. Nos deram óculos e colírio e fomos embora;, lembra. Uma semana depois, sem melhora, Maria teve fortes dores de cabeça e a família a levou para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). ;Lá, eu ainda fui culpada pelos médicos, que me criticaram por levar minha mãe para ser operada em um açougue, como eles mesmos disseram;, lamenta.

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