postado em 27/12/2014 08:00
Do município de Cianorte, no Paraná, para Brasília. Paulo Domingues, 54 anos, é chefe do Cerimonial do Governo do Distrito Federal (GDF) há oito mandatos, ou seja, de sete governadores. Está à frente da organização dos eventos oficiais da capital federal desde a época do governador nomeado José Ornellas, em 1982.
De família humilde, era o único filho graduado até o ano passado, entre 12 irmãos. Chegou à cidade aos 6 anos, por meio do irmão recém-admitido no Exército brasileiro. As promessas da nova capital conquistaram a família, que deixou o interior paranaense a bordo de uma Kombi. Frango e farofa abasteceram a criançada durante os quatro dias de viagem até a Região Centro-Oeste.
Paulinho, como é conhecido pelos amigos, começou na labuta como vendedor de jornal. Para ganhar mais dinheiro e inteirar a compra de um caderno, dedicava-se ainda como engraxate e vendedor de picolé durante os fins de semana. Morava com a família em uma casa improvisada onde hoje fica Ceilândia.
Antes de se formar em direito, vivia também da revenda de fios de cobre e de placas de endereço. Depois de tanta dedicação e trabalho duro, o cerimonialista conta com orgulho do dia em que teve o nome gravado em um prisma, colocado em cima de uma mesa de reunião internacional. Isso aconteceu na sede do Banco Mundial, em Washington. ;O nosso ofício é essencialmente técnico, mas respeitamos o viés político. É preciso conhecer as entranhas políticas, ou seja, entendê-las, até para saber quem vai sentar-se ao lado de quem na hora do evento. Vestimos a camisa de quem está no comando, mas, quando acaba, a gente veste outra. A nossa carreira é de Estado e não de um determinado partido. Às vezes, é preciso ser mais político do que o próprio governador;, avalia.