postado em 29/12/2014 20:21
O fim do governo Agnelo Queiroz tem sido marcado por falta de dinheiro, atraso nos pagamentos de servidores e paralisações de funcionários do governo e terceirizados. As consequências disso ficam evidentes de diversas formas: lixos espalhados pelas ruas, buracos no asfalto e até um gambá nas instalações de um dos hospitais da rede pública.
A exemplo do que já havia acontecido na terça-feira da semana passada (23), garis cruzaram os braços em 17 regiões do Distrito Federal nesta segunda-feira (29/12). Eles alegaram o não recebimento do tíquete-alimentação adicional, prometido para 20 de dezembro. Apesar de o valor ter sido repassado ainda à tarde e eles terem retornado às atividades, a falta de coleta deixou as marcas nas ruas em forma de sacolas. ;Essa é a visão de uma cidade abandonada;, pondera o funcionário público Paulo César Alves.
Em Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras e Vicente Pires, as montanhas de lixo incomodavam os moradores. A rotina foi modificada em comércios e em casa. Em um condomínio da Rua 24 Norte, em Águas Claras, a solução foi contratar uma empresa particular para recolher o lixo. ;Os moradores estão reclamando. Ninguém gosta de viver nesse mau cheiro e acompanhado de ratos e baratas. A solução é usar o dinheiro do condominio para resolver um problema do governo;, disse Édser da Silva Prado, zelador do residencial. Os moradores alegam que o problema não foi pontual. Segundo eles, a coleta do lixo não é feita desde terça-feira (23/12). ;É uma vergonha que isso aconteça. Algumas ruas estão intrasitáveis e cada vez mais a cidade está largada;, reclamou o comerciante César Bastos.
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A Sustentare alegou que o prazo para o pagamento era até 31 de dezembro, mas em razão da paralisação, a empresa acabou antecipando a transferência dos valores. Os funcionário retornaram aos trabalhos ainda nesta tarde, mas a sujeira nas ruas era evidente. Em nota, o Serviço de Limpeza Urbana do DF (SLU) afirmou que as empresas não têm dívidas com os empregados. Reiterou que o 13; tíquete de alimentação trata-se de um acordo salarial e não é regulado para pagamento, como o 13; salário.
Buracos
As alternativas são as mais variadas para tentar burlar os buracos pelas ruas da cidade. Cones, entulho, pedaços de madeiras etc. ;Aqui, quem conhece, vai com mais cautela para não cair em nenhum buraco, os que não conhecem têm problemas para dirigir;, conta João Dias de Miranda, comerciante que trabalha em Vicente Pires.
O período de chuva trouxe novos buracos mas alguns estão completando aniversário. Na Avenida Hélio Prates, até os ônibus enfrentam dificuldades. ;Às vezes eles, os motoristas não param porque não tem como fazê-lo, com tanto buraco em volta;, disse o pedreiro Celso Coelho e Silva.
A Novacap informou, por meio da assessoria de comunicação, que a operação tapa buracos é "intensificada na época de chuvas", período em que mais buracos aparecem no asfalto.
Com informações de Otávio Augusto Silva