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Contas de luz com novas bandeiras tarifárias pesam mais no bolso

Os primeiros débitos por bandeiras tarifárias surpreendem os clientes residenciais, que passam a pagar mais pelo fornecimento de energia elétrica. Pelo novo sistema, será preciso arcar mensalmente com o custo da geração, se de usina hidrelétrica ou de termelétrica

Flávia Maia
postado em 12/01/2015 07:12
A primeira fatura de energia elétrica com o preço definido pelo modelo de bandeiras tarifárias chegou às residências dos consumidores, que se assustaram com o valor. Com a vigência da cor vermelha, a professora Miriam de Sousa Lima, 49 anos, contou que, mantendo o mesmo consumo, viu a conta saltar de R$ 79 para R$ 101 em uma casa com três pessoas. ;Eu espero que não aumente mais. A gente já evita usar muito a eletricidade e tomar banho demorado. Agora, vamos ter de fiscalizar.; A ortesista Cacilda Júlio da Silva, 49, gastará R$ 30 a mais do que o de costume e pagará R$ 70 pelo serviço de energia elétrica. ;Eu me assustei quando vi o preço, e olha que eu uso chuveiro econômico, lâmpada econômica. Vamos ter de desligar os eletrodomésticos e tomar banho frio;, afirmou Cacilda.

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Com o regime de bandeiras tarifárias, o consumidor desembolsa todo mês pelo custo da geração. Dessa forma, se a força for produzida por um modelo mais caro que o hidrelétrico, como as termelétricas, por exemplo, a concessionária repassará ao cliente os custos ainda naquele mês. Antes, esses valores eram utilizados para justificar os reajustes anuais. Caso a bandeira acionada seja a vermelha, o consumidor paga R$ 3 para cada 100kWh. Se for amarela, R$ 1,50. Na verde, não há adicionais. Assim, especialistas calculam que, em meses de bandeira vermelha, o consumidor gastará de 7% a 10% a mais na fatura mensal.


Cacilda e Miriam se assustaram com o aumento
O Operador Nacional do Sistema (ONS) indicará a bandeira vigente naquele mês, e as concessionárias, como a Companhia Energética de Brasília (CEB), vão acatar. Em 2014, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) usou esse sistema, mas sem repassar os custos. O resultado foi que, de 12 meses, em 11 o sinal vermelho foi acionado. A tendência para 2015 é a continuidade de geração cara e fatura alta. Devido ao estresse hídrico, o cenário deve ser de menos energia produzida por hidrelétricas e de mais termelétricas acionadas, mantendo o ritmo do ano anterior.

O que preocupa as associações de defesa do consumidor é que o cliente não terá controle sobre o valor do serviço. ;Esse modelo de cobrança não traz benefícios, só vai antecipar a receita para as empresas. Como a pessoa saberá se a bandeira cobrada foi a certa? Como vai saber que esse valor não será cobrado no reajuste anual?;, questiona Carlos Thadeu de Oliveira, gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Ele lembra ainda que a alteração não incentivará a economia. ;Como o valor da bandeira não vai mudar, as pessoas vão pagar o mesmo adicional;, calcula.

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