Servidores de 104 categorias da Saúde decidiram manter a greve geral, com a posição de não fazer horas-extras até que os benefícios trabalhistas sejam honrados. Ao longo da semana, enfermeiros e médicos também devem discutir se vão se unir à paralisação. Ontem, as duas funções oficializaram o indicativo de greve, mas preferiram esperar até quinta-feira para decretar oficialmente se vão aderir à interrupção dos trabalhos. No mesmo dia, está agendada uma nova reunião com representantes do governo. Na ocasião, o GDF deve apresentar um cronograma para pagamento dos direitos trabalhistas.
O impacto da greve prejudica a população do DF. Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não estão fazendo horas-extras e o atendimento nas ruas está reduzido em 40%, segundo a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde), Marli Rodrigues. Nos hospitais, apenas os setores de emergência e internação permanecem em funcionamento. De acordo com a lei de greve, 30% dos servidores devem continuar trabalhando.
Durante reunião na manhã de ontem com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), acompanhado do secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas, além do chefe da Casa Civil do DF, Hélio Doyle, o governo reconheceu o tamanho da dívida com servidores da saúde. Rollemberg garantiu que as dívidas não serão colocadas em exercício findo (se uma conta cai no fim de um governo, a parte trabalhadora perde os direitos acumulados em razão de o tempo previsto do orçamento ter se esgotado), mas, para a categoria, a posição não foi suficiente. As horas-extras que serão realizadas em janeiro ficaram para ser pagas em março, e os horários a mais trabalhados em fevereiro também devem ser quitados 60 dias depois, em abril.
Como forma de pressionar o governo, categorias de diferentes áreas da saúde, como médicos, enfermeiros e especialistas da área básica, média e superior, marcaram uma manifestação amanhã, às 10h, em frente ao Palácio do Buriti. Médicos também estão sem o pagamento do 13; salário, além do abono de 1/3 de férias do mês de dezembro e horas-extras de outubro e novembro. Eles realizam reunião na quinta-feira, às 19h, na sede do Sindicato dos Médicos do DF, localizada na 607 Sul, para discutir se entram ou não em greve. ;Existe possibilidade de paralisação dos serviços a partir de sexta-feira. Hoje, há 4,3 mil médicos de todas as especialidades na rede pública de saúde e apenas o pagamento de dezembro foi depositado;, reclama o vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando da Silva. Já o Sindicato dos Enfermeiros do DF (SEDF) delibera sobre uma possível paralisação dos serviços na quinta-feira, às 19h, no auditório do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Professores
Cerca de 50 professores e auxiliares de educação continuam acampados em frente ao Palácio do Buriti pelo quarto dia seguido. Eles também reivindicam o pagamento do 13; salário, abono de 1/3 de férias, acerto da rescisão de contratos temporários e salário de dezembro. Ontem, a categoria se reuniu com representantes do governo. O GDF reafirmou o compromisso de depositar a remuneração de dezembro na noite de amanhã. O dinheiro deve estar na conta na manhã de quinta-feira.
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