postado em 16/01/2015 06:22
Com luzes apagadas e cortinas cerradas há quase um ano, o Teatro Nacional Claudio Santoro padece pela falta de manutenção. As cadeiras das salas Martins Pena e Villa-Lobos estão danificadas, o carpete, deteriorado, e até mesmo o painel interno de Athos Bulcão sofre com o passar de quatro décadas sem receber o cuidado necessário. Os problemas maiores, no entanto, ficam da coxia para trás. O teto dos camarins tem goteiras e os banheiros não funcionam, assim como o sistema de ar-condicionado. Em fevereiro de 2014, o espaço foi fechado por determinação do Corpo de Bombeiros, em razão dos riscos que as instalações elétricas e as infiltrações oferecem aos frequentadores.
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À interdição se seguiria uma obra ampla e complexa, que não foi sequer iniciada. Além disso, em meio à crise causada pelo rombo nos cofres públicos, ainda não é possível estipular prazos para a retomada das atividades no teatro. A situação é preocupante também em outros equipamentos públicos, como o Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul; a Concha Acústica, no Setor de Hotéis e Turismo Norte; e o Centro de Dança do Distrito Federal, no Guará. Diante desse cenário, artistas e produtores culturais da capital são obrigados a adaptar as apresentações a salas menores e com menor capacidade de público.
O Teatro Nacional Claudio Santoro é o maior da cidade. São 45 mil m;, em que estão as duas salas principais, as salas de balé, os camarins e um espaço para oficinas cênicas, hoje ocupado pela área administrativa da Secretaria de Cultura. A reforma de um prédio com essas dimensões é tida como complicada e cara, tanto pela quantidade de elementos a serem recuperados quanto pelo estado em que estão. ;Dói muito ver o estado em que o teatro está. A gente sente falta de profissionalismo e lamenta que nosso povo não tenha acesso democrático à cultura;, afirma a coreógrafa e bailarina Gis;le Santoro, viúva do maestro Claudio Santoro, que dá nome ao teatro.
O orçamento previsto para a revitalização do Teatro Nacional é de R$ 200 milhões. O projeto da reforma coube à empresa gaúcha Ismael Solé Associados e já foi elaborado. No fim do mês, representantes da empresa e do atual governo devem se reunir para retomar o processo. No entanto, ainda não é possível estipular prazos, de acordo com o secretário de Cultura, Guilherme Reis. ;Não tenho a menor ideia de quando isso pode se dar. A gente vai ter que esperar o governo como um todo andar e as finanças do Tesouro voltarem a ter tranquilidade para que façamos investimentos;, pondera.
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