Cidades

Centro Administrativo inacabado não tem condições de receber funcionários

Tribunal de Justiça do DF acata denúncia contra o ex-governador Agnelo Queiroz por improbidade pela inauguração do complexo

Breno Fortes
postado em 16/01/2015 06:12
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O Centro Administrativo do DF lembra ; e muito ; a música de Vinícius de Moraes, A Casa, aquela feita com muito esmero, na rua dos bobos, número zero. A obra de R$ 600 milhões pode ser muito bonita, mas está inacabada e não tem condições de receber funcionários. A reportagem do Correio teve acesso aos prédios considerados prontos, inaugurados no último dia de gestão do ex-governador Agnelo Queiroz. Pelo ato, ele e o ex-administrador de Taguatinga, Anaximenes Vale, vão responder uma ação de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e acatada ontem pelo Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), que não deferiu o pedido de liminar para bloqueio dos bens. Agora, ambos serão notificados.

Funcionários transportam material das obras do complexo

Na denúncia, os promotores entendem que houve um dano moral coletivo pela inauguração de um complexo caro em meio a uma crise generalizada. Como contrapartida à concessionária responsável por operar o empreendimento, o GDF deverá pagar R$ 3,2 milhões mensais pela primeira parte de conclusão da obra. ;Não queremos pagar pelo que não estamos usando. O Centro Administrativo tem de estar pronto; o governo deixou de mobiliar, colocar TI, telefonia. Não fez nada disso. Ele não está habitável. O que nós queremos negociar é o pagamento das parcelas mensais enquanto ele não está pronto;, argumenta secretário da Casa Civil, Hélio Doyle.

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De fato, o complexo está ina-cabado. A placa espelhada na entrada do bloco A, representando a conclusão de parte do empreendimento, não condiz com a real situação do complexo, localizado em Taguatinga e que deveria receber 15 mil funcionários. No primeiro andar da governadoria, existem andaimes por todos os lados, os fios estão expostos, os carpetes não estão instalados e falta gesso no teto. Nos blocos concluídos (do A ao L), não há móveis nem serviços de internet ou telefonia.

Os corredores estão vazios. Esbarra-se somente com alguns empregados do consórcio construtor, formado pela Odebrecht e pela Via Engenharia. Uma das responsáveis pela limpeza do bloco G, onde será instalada uma das secretarias do novo governo, levou um susto ao ouvir vozes. A impressão que se tem é de andar por 182 mil m; de uma cidade fantasma. Sem móveis, o barulho das britadeiras e dos caminhões ecoa entre as paredes finalizadas com mármore.

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