Isa Stacciarini
postado em 17/01/2015 08:13
A decisão do Governo do Distrito Federal (GDF) de parcelar salários e benefícios de servidores acabou com uma greve, mas fortaleceu outros movimentos. Enquanto isso, as 104 categorias da saúde paradas há uma semana retornaram ao trabalho às 19h de ontem, após acatar proposta do governo, os médicos consideram a medida ilegal. Assim, vão estender a paralisação decidida na noite de quinta-feira até a próxima quarta, quando realizam nova assembleia. Com o início das aulas da rede pública previsto somente para 23 de fevereiro, os professores manifestaram indignação com a ação em frente ao Buriti. Eles esperam negociar o recebimento das férias e do 13; salário integralmente em conversa com representantes do Executivo, na segunda-feira, às 15h. O documento elaborado pelo GDF a fim de garantir os pagamentos prevê diferentes datas para que o dinheiro caia na conta dos trabalhadores (veja quadro abaixo). Todos os benefícios atrasados desde dezembro também serão pagos em prestações até junho, segundo o plano. Mas a solução não agradou aos médicos. Eles se baseiam na Lei n; 840 para afirmar que a medida é ilegal. ;O artigo 118 diz que os pagamentos devem ser feitos até o quinto dia útil do mês e de uma única vez. Não podemos compactuar com a ilegalidade. Aguardamos uma reunião com o governo na segunda-feira, mas não retornaremos enquanto o GDF não voltar atrás com essa proposta;, afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho.
Greve inoportuna
O secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas, considerou a greve dos médicos sem sentido ; o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios já havia considerado a paralisação ilegal, com cobrança de multa de R$ 50 mil diária. Segundo ele, o governo tem adotado medidas para honrar os compromissos de depósito dos benefícios atrasados. ;Nós fizemos todo o possível para honrar com os pagamentos e vamos cumprir. A divisão dos salários é uma forma de não atrasar a remuneração dos servidores. A greve (dos médicos) é inoportuna e inadequada, por tudo o que a saúde enfrenta. A categoria é importante para a formação de opinião e tem a missão de atender a população;, afirmou.
Segundo Dantas, é necessário que os trabalhadores tenham um olhar cidadão e não apenas corporativista. ;Precisamos de um crédito de confiança. Os médicos têm uma missão nobre de não apenas olhar para um contracheque;, argumentou.
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