Cidades

Cresce a quantidade de pessoas que trabalham por conta própria no DF

Em um período de dois anos, 61.100 profissionais passaram a ser chefes de si mesmo, entre autônomos e empregadores, somando 286 mil pessoas

Flávia Maia
postado em 20/01/2015 20:43
A quantidade de profissionais que trabalha por conta própria cresceu 27,16% no Distrito Federal. Em um período de dois anos, 61.100 profissionais passaram a ser chefes de si mesmo, entre autônomos e empregadores, somando 286 mil pessoas. Contando os liberais, este número sobe para 299.181, o que corresponde a 24,5% do pessoal ocupado na capital da país. Os dados fazem parte da Pesquisa Potencial Empreendedor no Distrito Federal divulgada ontem pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

Um dos perfis que mais ganhou contingente foi o dos autônomos. Eles eram 130 mil em 2013 e, no ano seguinte, passaram a ser 159 mil. Segundo análise de especialistas, neste aumento dos autônomos está a crescente adesão de profissionais ao cadastro de microempreendedor individual (MEI). ;Embora a pesquisa não faça essa separação, a gente acredita que esse incremento expressivo de autônomos esteja relacionado ao aumento de microempreendedores no DF;, explica Júlio Miragaya, presidente da Codeplan.

Na opinião do superintendente do Sebrae do Distrito Federal, Valdir de Oliveira, o empreendedorismo local vem crescendo e ainda tem espaço para se destacar mais com mais gente trabalhando por conta própria. ;Temos uma taxa de sobrevivência das empresas muito alta, de 80%. Isso dá força para empreender aqui. Mesmo em um momento de crise, como este que vivemos, o empreendedor vai perceber na dificuldade a oportunidade e montar o seu negócio;, afirmou.

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As condições econômicas do DF também encorajam os empreendedores. A capital federal tem o 7; maior Produto Interno Bruto (PIB) entre as unidades da Federação e um robusto mercado consumidor, com alta renda per capita e poder de consumo. ;Esse aumento de empreendedores mostra que o DF tem estrutura para diversificar a economia e ficar menos dependente do governo;, acredita Jusçânio de Souza, gerente da base de dados da Codeplan.

Atualmente, 55% do PIB local é composto pelas riquezas geradas pelo setor público, que cria apenas 22% dos empregos. ;As micro e pequenas empresas são importantes geradoras de emprego. O setor público não consegue mais absorver toda a mão de obra local, por isso, a importância de diversificar a estrutura produtiva;, analisa Miragaya. Porém, a pesquisa mostrou que dos 299.181 profissionais que trabalham por conta própria, apenas 13.126 (4,3%) se consideram empregadores e a maioria deles (11,1%) está no Plano Piloto. Em seguida vem Taguatinga (9,3%).

Outro item apontado pela pesquisa é a diferença de renda gerada entre um profissional que trabalha por conta própria entre as regiões administrativas. No Plano Piloto, 2,9% declaram ganhar um salário mínimo. Na Estrutural esse índice é de 43,5%. Entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, 27,4% estão no Plano e 0,5%, em Ceilândia. ;O Sebrae vai focar os atendimentos nas regiões fora do Plano, principalmente no eixo Ceilândia-Taguatinga-Samambaia. Nossa ideia é descentralizar e fortalecer os empreendedores também em outras regiões do DF;, afirma Valdir, do Sebrae.

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