postado em 23/01/2015 18:00
Um grupo do Movimento Passe Livre (MPL) protesta, neste fim de tarde de sexta-feira (23/1), contra o reajuste na tarifa de transporte público, na Rodoviária do Plano Piloto. Eles chegaram a fechar o Eixo Monumental no sentido Torre de TV durante cerca de 20 minutos. O aumento no preço das passagens, estabelecido em diversas capitais brasileiras desde dezembro, pode chegar no DF. O secretário de Mobilidade diz, porém, que não há previsão para o encarecimento do tíquete.
Cerca de 40 pessoas se aglomeraram em frente à estação Central, localizada no andar inferior da rodoviária. Munidos de tambores, eles vociferaram contra o aumento nas passagens e colaram cartazes nos boxes do BRT. Para Raíssa Oliveira, integrante do MPL, o governo quer fazer a população pagar por erros de gestão.
"O GDF quer passar para a população uma conta que não é dela. Isso (aumento) é para tratar o rombo no governo, não é justo sobrar para o trabalhador", reclamou. Por volta das 18h55, eles fecharam quatro faixas do Eixo Monumental no sentido Torre de TV. A PM liberou o fluxo completamente cerca de 20 minutos depois.
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O grupo reivindica, além do não aumento, uma velha bandeira do movimento: a tarifa zero. A gratuidade do sistema de transporte público foi citada por Rodrigo Rollemberg em um dos debates contra Jofran Frejat (PR) no segundo turno da corrida vencida pelo governo do Distrito Federal. À época, ele combateu a chamada "Tarifa Frejat", que prometia baixar as passagens do DF para R$ 1, e se disse a favor de não se pagar para andar de ônibus ou metrô. "Mas isso é impossível", disse o socialista, à época.
Para o secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, o protesto é "legítimo", mas "deve respeitar o direito de ir e vir e manter o respeito ao patrimônio". Ele afirma, ainda, que o reajuste é apenas um cenário estudado. "Estamos em um processo e aumentar o preço é estudado, mas não temos nem previsão para isso", disse. "Caso aumentemos, é apenas para deixar o sistema de ônibus e metrô menos deficitário", continuou.
Ainda segundo Tomé, os dados ainda não são precisos, mas ele estima uma dívida com as empresas e cooperativas entre R$ 90 milhões e R$ 100 milhões. "Não tivemos acesso a todos os dados na época de transição, e a cada dia algo novo surge", disse. Ele citou a legitimidade do protesto, caso não haja "quebra-quebra" e fechamento de vias. Até o momento, nada disso ocorreu e, segundo a Polícia Militar, a manifestação é pacífica.
Com informações de Otávio Augusto Silva