postado em 24/01/2015 08:01
A União não tem impedimentos legais para antecipar recursos do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) ao governo local. O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou ontem o governo federal a fazer a antecipação. A decisão, do ministro Raimundo Carreiro, explica que a negativa de repasses antes do prazo só pode ocorrer caso os ministérios da Fazenda e do Planejamento justifiquem, por meio de ato administrativo, que há impossibilidade financeira do Tesouro Nacional por conta de despesas da União semelhantes à situação de crise do DF.
[SAIBAMAIS]No início do ano, o GDF tentou antecipar parte do FCDF para melhorar a situação das finanças locais. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) iniciou o mandato com um rombo que ultrapassava R$ 3 bilhões. Mesmo com a situação de emergência, o governo federal respondeu que não era possível fazer antecipação porque a lei proibia.
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Então, o senador Cristovam Buarque e o distrital Joe Valle, ambos do PDT, entraram com uma ação no TCU com pedido de medida cautelar para que a Corte intercedesse. O Cristovam interpretou a decisão de ontem como positiva. ;Fizemos a nossa parte. Agora, cabe ao governador Rollemberg tomar as providências;, afirmou. Na decisão do TCU, o ministro Carreiro dá prazo de 15 dias para o GDF encaminhar os documentos nos quais fez o pedido de antecipação, e os ministérios da Fazenda e Planejamento têm o mesmo prazo para encaminhar as justificativas que negaram o pedido.
O governador Rollemberg disse ao Correio que a decisão reflete o pacto por Brasília. ;Isso mostra que todos que se preocupam com a cidade estão se esforçando para que possamos sair dessa dificuldade. Vamos, agora, decidir internamente o que pode ser feito de forma prática. Vamos verificar se precisamos refazer o pedido. A providência será tomada o mais rápido possível;, salientou.
Emergência
Sem o dinheiro, o GDF procurou saídas. Uma semana depois de o governador decretar estado de emergência na saúde, a população ainda não sentiu os efeitos das medidas emergenciais. Segundo estimativas da Secretaria de Saúde (SES), são necessários cerca de R$ 105 milhões para manutenção da pasta em janeiro, incluindo o pagamento de pessoal e a aquisição emergencial de insumos básicos.
Enquanto não é aprovada a antecipação de receitas que pode garantir o pagamento de pessoal, a Secretaria de Fazenda (Sefaz) busca mais recursos. Um termo de cooperação entre a SES e o Ministério da Saúde também é redigido. O documento não prevê ajuda financeira, mas é considerado como estratégico pelo governo, pois pode facilitar a gestão da pasta no período de crise.
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