Cidades

Encontro reúne 12 kombis e caminhões de food trucks na Esplanada

Associação de Bares e Restaurantes apoia os empreendimentos, mas sugere a regulamentação da atividade para evitar a concorrência desleal e atritos com ambulantes

postado em 05/02/2015 07:45
No topo das modas gastronômicas em alta na capital, o movimento dos food trucks ; restaurantes itinerantes, montados em kombis e caminhões ; não para de crescer no Distrito Federal. Quando começaram a surgir os primeiros negócios do tipo, no início do ano passado, existiam quatro empresas formalizadas. Hoje, o número passou para 25, segundo a Subsecretaria de Ordenamento das Cidades. Como ainda não há legislação específica para o setor em Brasília, os trailers têm permissão para funcionar apenas em eventos. Por onde passam, conseguem atrair grande público com a proposta de servir pratos gourmet e cobrar preços mais acessíveis. O mais recente encontro de trailers, que começou ontem frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), contou, só no primeiro diz, com um público de quase 2 mil pessoas.

Goran veio da Sérvia há um ano com a ideia de montar um food truck
A segunda edição do Food Trucks na Esplanada dos Ministérios continua hoje e amanhã, e retorna na quarta, na quinta e na sexta-feira das próximas duas semanas. São sete tendas em frente ao Bloco K e outras cinco no pátio do Bloco C do MPOG ; encarregado da organização ;, que funcionarão das 9h às 18h. O menu é bastante variado, com hambúrguer, arroz carreteiro, tapioca, churros, pastéis e bolos. A estréia do evento, em novembro de 2014, reuniu 16 mil pessoas nos oito dias de evento. Como este, outros encontros de food trucks têm ficado cada vez mais populares na cidade, geralmente realizados em áreas abertas e públicas, como o Eixão e o Parque da Cidade. Para os donos dos trailers, é a única opção para lucrar, pois não podem circular em qualquer lugar da cidade.

Lugar propício

De acordo com os empresários do segmento, Brasília apresenta características propícias para esse tipo de negócio, o que tem causado o recente boom dos food trucks (Veja Para saber mais). Dono do Belgrado Burger, o engenheiro Goran Díslioski, 40 anos, nasceu na Sérvia e veio para o Brasil há um ano, já pensando em montar um foodtruck com. ;Além dos grandes espaços livres, os moradores da capital têm muita vontade de socializar. Por isso, esse tipo de negócio foi muito bem recebido;, explica Goran. O dono do trailer de sucos naturais Sucopira, Marcelo De Angelo, 31, endossa a afirmação. ;Food trucks têm uma série de vantagens, como custos de operação reduzidos e acesso ao público de vários lugares;, acrescenta.
O sucesso do segmento é grande, mas, até agora, não existe legislação específica que regule a atividade dos food trucks, diferentemente do que acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro. ;Atrapalha muito. Primeiro, não podemos circular em qualquer lugar, reduzindo as oportunidades. Segundo, passa a ideia de que os caminhões são empreendimentos desorganizados, quando, na verdade, são todos empresas formalizadas;, diz o presidente da Associação Brasileira de Food Trucks (ABFT), Bruno Miglio Cajado.

Segundo o presidente da União de Trailers, Quiosques e Similares (Unitrailer), Luiz Ribeiro, a Lei n; 4258, de 2002, que dispõe, entre outras coisas, a respeito da regulação para veículos automotores ou veículos adaptados para comercialização de produtos ou serviços, também abrangeria os food trucks, mas isso está sendo discutido. ;Vários deputados apresentaram projetos de lei específicos nos últimos tempos, mas nenhum saiu do papel. Estamos trabalhando para mudar a situação;, comenta.

Com legislação ou não, os restaurantes sobre rodas caíram no gosto do público. O trio de servidores do MPOG Valéria Borges, 26 anos, David Raposo, 31, e Nicole Reis, 34, deliciou-se com os quitutes vendidos no Food Trucks na Esplanada dos Ministérios. A espera foi grande, mas valeu a pena. ;Na Esplanada, não tem muita variedade de comidas, então, aproveitamos;, afirma David. ;Algumas comidas são bem diferentes, com influência de outros países, o que é muito legal;, acrescenta Valéria. Para Nicole, a qualidade dos pratos foi um diferencial. ;Tudo é muito gostoso;, elogia.

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