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Companhia de dança de Brasília depende de patrocínio para competir nos EUA

Os bailarinos da Cia Have Dreams conquistaram uma vaga para competir em um dos principais campeonatos de Hip Hop Dance do mundo

Mariana Fernandes
Mariana Fernandes
postado em 06/02/2015 16:16
Para participar, o grupo precisa arrecadar cerca de R$ 240 mil até abril
Após duas seletivas nacionais de grande importância, a companhia de dança brasiliense Have Dreams conquistou a classificação necessária para representar o Brasil em um campeonato mundial, o Hip Hop International Championship, nos Estados Unidos. O evento ocorre entre 3 e 10 de agosto, em San Diego, na Califórnia, mas o grupo depende de apoio financeiro ; R$ 240 mil ; para conseguir viajar. "Infelizmente, os valores fazem parte de uma realidade muito distante para nós", explica Meline Schiavi, bailarina de street jazz.

O Hip Hop International, fundado em 2002, está entre as maiores competições mundiais dedicadas ao gênero. O evento contará com a participação de 48 países e a Cia Have Dreams será a única a representar Brasília no mundial ; outras sete equipes de todo o país reforçam a presença brasileira no evento. As categorias são divididas em Junior, Varsity, Adultos e Mega crew.

Com o espetáculo Prelúdio, os 27 bailarinos do grupo se classificaram na categoria Mega Crew, que apresenta estilos como o hip hop, street jazz e popping. O grupo terá quatro minutos para apresentar a coreografia, de acordo com o regulamento do campeonato. Os trabalhos desta obra foram desenvolvidos pelos coreógrafos Rafael Nino, Erica Rezio, Giovanna Zoltay e Tiago Moreira.

Além de competitivo, o evento busca integrar coreógrafos nacionais e internacionais por meio de oficinas e master classes com professores e outros profissionais da dança.

Assista ao espetáculo Prelúdio:

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O diretor e bailarino Dilvan Rodriguez se sente honrado pela oportunidade e define a conquista como "um grande sonho". "Batalhamos muito para conquistar esse espaço na cena da dança em Brasília. Essa competição será um divisor de águas em nossa carreira", afirma. Para ele, essa será uma oportunidade única de representar o Brasil e o estilo brasiliense para todo o mundo.

O único problema que o grupo enfrenta é a captação de recursos para poder disputar o campeonato nos Estados Unidos. A Cia Have Dreams precisa pagar a inscrição, no valor de R$ 10,8 mil, para garantir a participação no campeonato até março. Além disso, os custos com passagem, hospedagem e alimentação devem ser pagos até 1; de abril e somam R$ 8,5 mil por bailarino, totalizando cerca de R$ 240 mil.



Para a bailarina, competir nos Estados Unidos é a maior chance de compartilhar sua dança, mostrar seu trabalho e ainda ser premiada por isso. "Há grupos de dança incríveis e estar entre eles é a maior honra que qualquer bailarino pode ter", explica. Além disso, Meline ressalta a importância de mostrar para o mundo que o Brasil ultrapassa os limites do funk e do samba e tem profissionais qualificados em outros estilos.

A opinião de Rafael Vieira, idealizador e coreógrafo, é de que o cenário cultural de Brasília precisa de mais valorização. "Há muitos artistas talentosos na região que precisam ir para outros lugares para conseguir estabilidade financeira. Precisamos mudar isso", aponta. Para Rafael, a vaga em San Diego é um sonho que está se realizando: "Queremos voltar ao Brasil com novas ideias e técnicas para compartilhar e levar pessoas a acreditarem na realização de seus desejos também".

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