Jacqueline Saraiva
postado em 12/02/2015 10:20
Após a morte de três conselheiros tutelares em Pernambuco, na sexta-feira (6/2), trabalhadores da categoria em todo o país fazem uma paralisação nesta quinta-feira (12/2). A maioria das unidades já aderiu ao protesto e fecharam as portas para o atendimento à população. Apenas casos urgentes serão atendidos, em regime de plantão. Em Brasília, um ato será realizado em frente à Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, localizado no Parque da Cidade Corporate, no Setor Comercial Sul, às 14h.Segundo o diretor de comunicação da Associação dos Conselheiros e Ex-Conselheiros Tutelares do DF (ACT-DF), Cláudio Castro, os trabalhadores sairão em marcha rumo à Esplanada dos Ministérios, com cerca de 40 carros e um trio elétrico. O objetivo é entregar uma carta com reivindicações dos conselheiros para representantes da pasta e também da Câmara dos Deputados.
Uma reunião entre membros da associação e das secretarias de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, do Trabalho e do Empreendedorismo e de Segurança foi realizada na tarde dessa quarta-feira (11/2) para discutir a pauta da manifestação e o texto da carta, que pede garantias de segurança no exercício da profissão. As pastas reconheceram a legitimidade do ato e a situação de vulnerabilidade dos profissionais.
Entre as reivindicações estão o pedido de respeito por parte das autoridades municipais à autonomia e autoridade do Conselho Tutelar; o reconhecimento das autoridades municipais de que o Conselho Tutelar não é um órgão executor de ações, e sim garantidor de direitos; e o reconhecimento da importância do trabalho do Conselho Tutelar na comunidade através de remuneração compatível com a complexidade da função.
Entenda o caso
Três conselheiros tutelares e uma mulher seguiam em um carro em uma estrada de acesso a um sítio quando foram mortos a tiros. O crime ocorreu na noite de sexta-feira (6/2) na zona rural de Poção, a 240 quilômetros do Recife, no agreste pernambucano. As vítimas estavam no carro do Conselho Tutelar com uma menina de três anos, que não se feriu. O grupo levava a criança da casa da avó paterna para a casa da avó materna, uma das vítimas. As duas compartilhavam a guarda da criança.