postado em 13/02/2015 06:45
A frieza demonstrada por Wemerson dos Santos Feitosa, 26 anos, quando efetuou os dois disparos que resultaram na morte de Lucas da Luz Alves, 15, foi repetida na delegacia, durante o depoimento. Conforme detalhou Júlio César de Oliveira, chefe da 31; Delegacia de Polícia (Planaltina), em nenhum momento, o frenstista se mostrou arrependido. Ao cometer o crime, Wemerson nem ao menos pensou na possibilidade de não ver o filho nascer. Ele é casado, e a mulher está grávida de um menino. Somente depois do assassinato, na cela, conversando com os outros presos, ele revelou o medo de não estar presente na hora do parto. ;Foi a única demonstração de afeto dada por ele. Fora isso, em todo o momento, ele foi frio;, lembra o titular da 31; DP. O suspeito não tinha passagens pela polícia.O frentista, que mora em Formosa (GO), a cerca de 40km de Planaltina, trabalhava há três meses no posto de gasolina, de acordo com o delegado. Em depoimento, os colegas de trabalho afirmaram que, até então, Wemerson não tinha apresentado qualquer comportamento agressivo. Ninguém tinha conhecimento que o suspeito andava armado. À Polícia Civil, ele simplesmente alegou que adquiriu o revólver calibre 38 por questão de segurança ; pelo fato de seu turno ser de madrugada e de precisar trafegar entre as duas cidades.
[SAIBAMAIS]A arma foi comprada pelo valor de R$ 2.200, quando Wemerson ainda trabalhava de segurança em uma boate de Sobradinho. ;Ele não revelou onde adquiriu o revólver. A numeração estava raspada, o que dificulta um pouco, inicialmente, descobrirmos a origem;, disse o delegado. O frentista estaria com essa arma guardada nos armários dos funcionários.
Entenda o caso
A tragédia ocorreu na quarta-feira, às 21h, quando o grupo, com cerca de 40 pessoas, chegou ao segundo posto que seria alvo dos protestos, na Avenida Independência, em frente à Quadra 1 do Jardim Roriz. Emerson Pereira da Silva, 26, dirigia o Palio branco abastecido com o valor errado. Ele contou que a discussão se acalorou quando outros manifestantes foram até a bomba. ;Eu pedi a ele para colocar R$ 0,50, mas ele acabou colocando R$ 50. Todos que estavam no posto foram até onde estávamos, inclusive o garoto. O frentista pegou a minha chave e disse que não devolveria enquanto eu não passasse o dinheiro.; Sem a quantia em mãos, todos os participantes fizeram uma ;vaquinha; para arrecadar o valor. ;Ele (o frentista) saiu de perto da gente. Enquanto isso, combinamos com o fiscal do posto de alguém me acompanhar até em casa para eu pegar o restante do dinheiro;, lembrou Emerson.
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Quando todos pensavam que a situação já tinha sido resolvida, Wemerson voltou para a bomba e teve início uma nova discussão, desta vez com outros manifestantes. Na confusão, o frentista e o garoto iniciaram um bate-boca. Nesse momento, o funcionário ameaçou atirar no adolescente. ;Ele falou que resolvia os problemas no tiro. O menino revidou e o frentista fez uma nova ameaça;, contou Emerson. Nesse momento, o acusado atirou no adolescente. ;Não tinha motivo algum para ele fazer isso, estava tudo resolvido. Ninguém imaginava que o funcionário poderia estar armado.; Emerson foi o terceiro motorista a abastecer e não conhecia Lucas da Luz.
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