Cidades

Diferença dos valores entre as regiões do DF pesa no bolso dos brasilienses

Brasília é a terceira cidade mais cara para se viver no Brasil. Mas, dentro do DF, há grande disparidade de valores. Bairros como Lago Sul e Asa Sul cobram mais por produtos e serviços

Flávia Maia
postado em 22/02/2015 08:00
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A garrafa de água é a mesma. O preço, não. Se comprada no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, vai custar ao cliente R$ 5. Caso seja consumida em uma lanchonete do Setor Comercial Sul, sairá a R$ 2 ; 60% mais barata. O combinado com dois pastéis e um caldo de cana na mesma pastelaria custa R$ 4 na Rodoviária do Plano. A cinco quilômetros de distância, na Asa Norte, fica 15% mais caro. A diferença de preços entre estabelecimentos, às vezes em regiões próximas, intriga os consumidores. O que faz o custo Brasília ser tão alto e mudar de acordo com o endereço? Em tempos de pressão inflacionária, a soma do alto custo de vida e da diferença exorbitante entre os valores pesa mais do que nunca no orçamento do consumidor.

Brasília é a 139; cidade mais cara do mundo para se viver, entre as 5 mil analisadas. No Brasil, é a 3;, perdendo para Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados são da Numbeo, o maior banco de dados de informações sobre custo de vida do planeta. Para especialistas, a explicação do custo Brasília está associada a um conjunto de fatores. Um deles é a pequena produção local: de cada 10 produtos consumidos, oito vêm de outra unidade da Federação ou de outro país. ;Como o DF precisa trazer de estados boa parte do que consome, os custos são mais altos por causa de gastos com frete e impostos;, destaca Newton Marques, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília.



O peso imobiliário também entra no cálculo. Os gastos mais altos para locação e venda na capital do país impactam na conta do preço final que será repassado ao consumidor. ;Isso explica por que muitos estabelecimentos que vêm de fora, como redes de restaurantes, não conseguem manter o mesmo padrão de preço de outras localidades brasileiras;, explica o professor Newton.

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