Cidades

Poços artesianos irregulares colocam em risco o abastecimento de água do DF

Segundo a lei, poços artesianos podem apenas ser perfurados em terrenos com mais de 5 mil m² de área permeável, para servirem como sistemas provisórios de abastecimento ou fontes usadas para outros fins que não o consumo humano

postado em 23/02/2015 06:00
Entre as práticas mais nocivas às reservas hídricas brasilienses, a construção indiscriminada de poços artesianos é uma das principais. Segundo dados Agência de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa), há mais de 7 mil unidades não regularizadas, o que corresponde a aproximadamente 50% do total. ;Estimamos um prejuízo de 4% no índice de perda do DF por causa dos poços ilegais;, diz o superintendente de Recursos Hídricos do órgão, Rafael Mello. Ele explica que a disseminação descontrolada dessas construções pode trazer vários riscos, como sobrecarga das reservas subterrâneas ; que não têm tempo suficiente para repor a água retirada ; e até contaminação dos aquíferos, caso os poços não sejam corretamente projetados.

Segundo a lei, poços artesianos podem apenas ser perfurados em terrenos com mais de 5 mil m; de área permeável, para servirem como sistemas provisórios de abastecimento ou fontes usadas para outros fins que não o consumo humano. No entanto, principalmente em áreas onde a ocupação foi feita de forma irregular, esse tipo de captação continua a ser a única alternativa. É o caso de moradores da Fercal, a 22km do Plano Piloto e nascida de uma invasão. Mesmo que a rede de distribuição tenha chegado a boa parte da região administrativa, muitas casas ainda são supridas por poços artesianos. O principal problema é que a água coletada está abaixo do nível de qualidade e não pode ser bebida, obrigando os moradores a comprarem água mineral.



A dona de casa Maria Aparecida dos Santos tem 56 anos e mora em uma chácara na Fercal I há 20. Lá, só tem água dia sim, dia não ; sem contar quando as bombas do poço quebram e o abastecimento é cortado por ainda mais tempo ; e pode apenas ser usada para limpar, cozinhar e lavar louça. ;A água não é boa, tem gosto salgado. Pagar por água mineral todo dia é caro, mas é o único jeito.; A dona de casa Isabel Rodrigues, 56, vive dilema parecido. Ela mora no mesmo bairro que Maria, com a mãe e seis netos pequenos. ;Em geral, não bebemos água da torneira, porque é contaminada, mas usamos para cozinhar, por exemplo. Muitas vezes, as crianças passam mal e suspeitamos que seja por causa disso;, relata.

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