Cidades

Prédios públicos abandonados são tomados por sem-teto e usuários de drogas

Especialistas avaliam que o abandono das estruturas dá a sensação de desordem e atrai dependentes químicos e traficantes

Luiz Calcagno
postado em 23/02/2015 06:00
O antigo prédio do 18ª Companhia de Polícia Militar Independente, na Quadra 304 do Recanto das Emas, virou reduto de moradores de rua e viciados: projeto de reforma
A fachada de uma construção do Recanto das Emas, pintada em azul, vermelho e amarelo, indica o endereço da 18; Companhia de Polícia Militar Independente, na Quadra 304. Porém, uma placa de ;Pare; mal afixada em uma cancela e algumas janelas quebradas indicam que há algo errado. O complexo de salas, garagem, escritórios e banheiro que antes abrigava o batalhão virou reduto para moradores de rua e ponto de encontro para usuários de crack e outras drogas. A situação não se restringe à periferia. Construções abandonadas em Águas Claras, o antigo prédio da administração do Sudoeste e até um hotel no centro de Brasília (leia Memória), estão na mesma situação.

Especialistas avaliam que o abandono das estruturas dá a sensação de desordem e atrai dependentes químicos e traficantes. Consequentemente, a criminalidade aumenta. Os números confirmam a opinião dos estudiosos. A maior parte desses edifícios foi desprezada entre 2013 e 2014. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, as prisões por tráfico de drogas saíram de 2 mil, no ano retrasado, para 2,3 mil no ano passado, um aumento de 11%. Os casos de porte e uso de drogas são ainda mais numerosos e saltaram, no mesmo período, de 4,8 mil para 5,2 mil, uma variação de 9,1%.



Quem mora próximo aos locais abandonados tem medo. No Recanto das Emas, a comerciante Inazinha Ramos, 46 anos, mudou o horário de abertura do quiosque onde trabalha, das 6h para as 8h, a fim de evitar os usuários de crack que deixam o antigo prédio da PM pela manhã. ;Eles chegam para pedir comida, água e, quando negamos, sofremos ameaça. Ficamos reféns;, lamenta. Ela lembra que é comum ver pessoas em atitude suspeita entrando e saindo de lá durante todo o dia. ;Eles bebem, usam drogas e procuram um local para se esconder. Temos medo, e eu mudei os meus horários para evitá-los;, confirma.

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