O mercado de reformas no Distrito Federal desconhece sinais de crise. Ainda que seja um segmento em grande parte informal, as características econômicas e históricas da cidade formam um bom cenário para desenvolvimento do segmento. Por aqui, cerca de 69% dos 821 mil domicílios são ocupados pelos proprietários, conforme dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD 2013/2014), da Codeplan. Assim, periodicamente, há a necessidade de fazer reparos e revitalizações nos imóveis. Além disso, com a cidade prestes a completar 55 anos, os blocos da área tombada pedem intervenções, como a troca do revestimento da fachada.
Basta circular pelo Plano Piloto para ver andaimes e caçambas pelas quadras. ;Não temos números, mas é um mercado ativo e, em maioria, informal. A maior parte das empresas são micro e pequenas, muitas delas sem regularização. Em geral, têm somente um engenheiro à frente;, afirma o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF), Dionyzio Klavdianos. Segundo ele, a força do mercado de reformas está na comercialização de materiais de acabamento, com valor agregado elevado. ;Se levássemos em conta a informalidade, veríamos que o desemprego na construção civil é menor do que se imagina. O mercado de reformas segura a crise;, completa.
Entre a decisão de fazer a reforma e os procedimentos executados, há um salto, de acordo com a gerente de reforma e autogestão da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Carina Saito. ;Há uma diferença entre intenção e demanda. Por causa da relação que se estabelece entre reforma e desorganização, ela costuma ser adiada o máximo possível. ;A família deixa de fazer a reforma dos sonhos e só a encara quando é necessária, para corrigir problemas;, avalia Carina. Em geral, as intervenções têm a intenção de melhorar a condição de moradia.
Ao comprar a casa em que hoje mora, José Deusarino de Faria Freitas Júnior, 53 anos, pensou em um local agradável para a família se reunir aos fins de semana. A obra durou quase um ano, período em que houve até mesmo troca de equipe. ;A ideia inicial era reformar só a parte de baixo da casa, onde ficam garagem, salas e cozinha. No entanto, houve necessidade de refazer algumas partes da obra, o que nos causou um desgaste significativo. Por isso, acabamos trocando de equipe;, lembra. Depois da experiência de começar uma obra sem o acompanhamento de um profissional, ele percebe que o resultado final poderia ter ficado muito aquém do desejado. ;Nos primeiros dias, a gente se sentia como em um hotel, por causa do conforto e do requinte. Valorizo muito a presença de um profissional. Não dá para achar eu poderia conduzir uma obra sem saber nada de construção;, afirma.
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