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Agefis continua derrubada de construções irregulares no Sol Nascente

Após diversos confrontos com moradores, governo faz operação sem resistência por parte dos invasores nesta terça-feira (3/3)

postado em 03/03/2015 11:52
Trator derruba uma das casas na invasão Residencial Nova Jerusalém

A Agência de Fiscalização do DF (Agefis) continua a derrubada de construções irregulares no Residencial Nova Jerusalém, em Ceilândia. Em contraste com o que aconteceu nos dias anteriores, não há confronto com os moradores. Compõem a força-tarefa 651 policiais, entre militares e civis, participaram da operação, em conjunto com a Agefis, a Subsecretaria de Ordem Pública e Social (Sops) e o Departamento de Trânsito (Detran).

[SAIBAMAIS]O uso de força por parte de policiais, com bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio, e dos manifestantes, armados de coquetéis molotov e montando barricadas, dá lugar a um cenário de resignação por parte dos desalojados. Os coquetéis molotov foram substituídos por lágrimas de famílias que tiveram as casas derrubadas. Apesar do não conflito, moradores afirmam que os policiais usaram spray de pimenta para tirá-los das residências no começo da manhã. Nesta terça, foram derrubados, até o momento, 23 barracos de alvenaria e 13 de lona. Na segunda, 107 construções foram demolidas.

Os destroços dos barracos e das casas de alvenaria deixados durante a derrubada

O governo do Distrito Federal pretende fazer obras de infraestrutura no local. Com um orçamento de R$ 41 milhões vindos da Caixa Econômica Federal, o GDF quer construir uma bacia de drenagem para o Sol Nascente e alega que as construções estavam sobre uma Área de Proteção Permanente (APP). O terreno fica no P Sul e é uma espécie de expansão da maior favela da América Latina.

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A operação de derrubada começou em 4 de fevereiro. Os moradores de Nova Jerusalém entraram em confronto com os policiais em mais de uma oportunidade e estiveram duas vezes em frente ao Palácio do Buriti para reivindicar moradia. Eles fecharam o Eixo Monumental e se reuniram com representantes da Subsecretaria de Movimentos Sociais e Participação Popular. Não houve acordo.

Com informações de Manoela Alcântara

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