Cidades

Polícia Militar cria escritório especializado em questões de gênero

Segundo a tenente-coronel responsável, promover cursos de sensibilização de gênero e equipamento apropriado para mulheres estão entre as funções do escritório

postado em 05/03/2015 15:35
O Comando da Polícia Militar do Distrito Federal anunciou a criação de um escritório para discutir as questões de mulheres, dentro e fora da corporação. O anúncio da criação do Escritório de Gênero foi feito na noite de quarta-feira (4/3), quando também informaram que a Tenente-coronel Denise Dantas seria sua coordenadora.

"A gente tem que falar de gênero, de gê-ne-ro", fala pausadamente Denise. Para ela, a palavra "gênero" ainda é pouco falada no Brasil. As pessoas não sabem o que é ou têm preconceito. Na concepção da tenente, são os papeis atribuídos ao homem ou à mulher, e deve ser discutido por ambos. "Esse tema não é novo do mundo, mas o DF ainda tá muito verde. E é com muito prazer que eu vou atuar nesse processo", afirma.

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O escritório atuará em duas frentes: políticas para mulheres dentro e fora da corporação. No entanto, por agora, o escritório cuidará de políticas de gênero para as cerca de 1200 policiais militares (8,5% do total), "a gente tem que começar de casa".

E Denise faz questão de frisar que o escritório foi criado para que as policiais possam ser melhores no trabalho, mas isso não quer dizer que elas ainda não sejam boas. Ela explica que, como as mulheres ainda são minoria, muitas das decisões são tomadas sem tomar em conta as diferentes necessidades de gênero. Um exemplo simples: os cintos de guarnição tradicionais acumulam todo o peso no quadril, e não são anatomicamente apropriados para as mulheres.

Na prática, o Escritório de Gênero pretende pesquisar e analisar as demandas, para então bolar políticas apropriadas. Denise também quer implementar cursos de sensibilização de gênero, com participação de policiais homens e mulheres, porque, como explicou, deve ser discutidos pelos dois sexos. O segundo passo de ações, segundo a tenente, será trabalhar a "feminização da criminalidade", ou seja, o aumento de mulheres no mundo do crime. Na concepção de Denise, elas também são vítimas, e policiais mulheres terão treinamento especial para tratá-las. "Já sabe-se que a abordagem ideal para a feminização da criminalidade deve ser feita por mulheres também", explica.

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