Cidades

Banco do Brasil deixa edifício que foi inaugurado com a capital federal

O imóvel, localiado no Setor Bancário Sul, está disponível para aluguel

postado em 08/03/2015 07:31

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Não é um palácio, não é obra de Oscar Niemeyer nem de Lucio Costa, mas é considerado um dos mais bem resolvidos projetos arquitetônicos de Brasília. O sede I do Banco do Brasil, no Setor Bancário Sul, tem múltipla importância: está no memorial descritivo do Plano Piloto, foi inaugurado no mesmo dia que a nova capital e é um exemplo de como a arquitetura moderna pode ser um convite à urbanidade, pode ser bela e, ao mesmo tempo, gregária, confortável, imponente. E pode conter aquilo que Niemeyer gostava de atribuir às próprias criações: provocar espanto, mas não pela beleza escultórica, e sim pela qualidade do conjunto. Era, até há pouco tempo, o epicentro do SBS.

Quase 55 anos depois, o Banco do Brasil transferiu as 13 diretorias lá assentadas para dois endereços: parte para um edifício novo no Setor de Autarquias Norte e outra para o sede III, aquele pretão, com o logotipo do banco (obra ferozmente criticada por Lucio Costa). Restaram apenas a agência bancária, ;outras unidades de apoio; (veja ao lado) e os camelôs que contornam a Praça do Cebolão, como os bancários denominam a área sombreada pelas marquises do prédio que testemunhou as grandes mobilizações da categoria na década de 1980 e até hoje acolhe os sindicalistas (e os foliões do Aparelhinho e os garotos e garotas do skate). O nome Cebolão é emprestado do título do jornalzinho do sindicato.

Há nas cidades, escreveu o francês Paul Valéry, edifícios que ;são mudos, outros falam; e outros, enfim, mais raros, cantam;;. A citação é do arquiteto Jayme Wesley de Lima, autor de detalhado estudo sobre este prédio. Embora desprezado, o prédio verdinho canta. É símbolo de uma arquitetura e de uma cidade. ;E se perdermos os nossos símbolos, vamos perder as nossas almas e vai tudo pelo ralo;, diz Luiz Philippe Torelly, diretor de articulação e fomento do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a propósito da sede I do BB. ;É um prédio altamente contemporâneo;. A boa arquitetura, ensina Torelly, ;atravessa os anos sem sofrer desgaste e segue com sua capacidade de despertar sensibilidade nas pessoas.;

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