postado em 09/03/2015 06:16
A forma como as mulheres são tratadas na sociedade mudou radi calmente desde que a dona de casa Maria Rosa Zocateli, 93 anos, nasceu. Naquela época, elas não tinham o direito ao voto e ainda eram destinadas somente à maternidade e ao cuidado do lar. A realidade da pequena Alice, de 1 ano, trineta de Maria Rosa, é bem diferente. Mesmo que ainda vá ter de lidar com diversas limitações impostas pelo machismo, ela nasceu no século 21 e terá bem mais oportunidades de viver da forma como deseja.
Reunidas em um grande almoço para celebrar o 8 de março, as mulheres da família Zocateli se orgulham de conseguir manter os laços fraternais que as unem. Vinda de São Paulo há 30 anos, a servidora pública Ana Maria Zocateli, 69, recebia a mãe para homenagear a força feminina da sua casa. ;Nós sempre nos reunimos aos domingos, mas isso nunca tinha acontecido no Dia Internacional da Mulher. Foi a primeira vez que a gente comemorou esse dia juntas.;
Ela, que tem três irmãs, deu à luz duas meninas. Somente durante o almoço dominical, 19 mulheres da família Zocateli estavam reunidas para o encontro. ;São 16 netos e três bisnetos. Eu adoro saber que minha casa está cheia;, diz Ana Maria. Ela deixa clara a liberdade que dá para as mulheres em sua família, criando essas várias gerações para serem independentes. ;Cheguei aqui sem emprego, sem casa própria e hoje tenho tudo isso. Quero mostrar para elas sempre que é possível;, completa.
;Mesmo que a gente faça isso todos os domingos, fico feliz de que aconteça hoje, porque é Dia da Mulher e a minha mãe é uma guerreira;, garante Wilcemara Zocateli, dona de casa de 44 anos. Mas não foi só na casa de Ana Maria que houve homenagens. As comemorações pelo Dia Internacional da Mulher em Brasília tomaram as ruas. Na SQN 111, a prefeitura organizou uma festa que durou toda a manhã. Café da manhã comunitário, palestras sobre qualidade de vida, bazar de produtos novos e usados: tudo foi pensado para fazer com que as mulheres da quadra pudessem se encontrar, se conhecer e discutir sobre a data.
Ação contra a violência
No Parque da Cidade, o esporte serviu de ponte para falar sobre o 8 de março. O Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), com a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Semidh/GDF) e a OAB/DF, promoveu uma corrida com um percurso de 4km saindo do estacionamento n; 10. O evento contou ainda com apresentações musicais, tendas de massagens e arte circense. A corrida promove também a Semana da Mulher, organizada pelo tribunal para discutir a campanha nacional Justiça pela Paz em Casa, concebida pela vice-presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. A ação trata de iniciativas de amparo às famílias, além da prevenção de crimes no ambiente doméstico. A Corregedoria do Distrito Federal, comandada pelo desembargador Romeu Gonzaga Neiva, já convocou os 19 Juizados de Violência Doméstica e Familiar do DF para apoiar a campanha, cujo objetivo é prever maior agilidade em audiências e julgamentos que envolvam violência grave ou ameaça contra a mulher.
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