Cidades

Mobilização para ajudar Michel

Juliana Contaifer
postado em 15/03/2015 13:30

Às vezes, tudo o que é preciso para salvar uma vida é a solidariedade. O transplante de medula óssea, um procedimento simples para o doador, pode trazer a cura a pacientes com câncer no sangue, e vai contra a estatística: a chance de encontrar alguém compatível é, em média, de uma em 100 mil. Na manhã de ontem, o movimento em frente ao Hemocentro era grande. Unidos em nome do capitão do Exército Michel Maruyama, 32 anos, 150 familiares, amigos e desconhecidos se enfileiraram nos corredores do local para se cadastrar no Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).


Em março do ano passado, Michel teve fadiga e uma anemia profunda durante uma viagem de férias. Fez exames de sangue e ouviu dos médicos que precisaria fazer uma transfusão. Foi internado em Curitiba, onde foram realizados mais exames. Em seguida, veio o diagnóstico: leucemia mieloide aguda (LMA). Durante sete meses, o militar fez quimioterapia e, ao fim do período, entrou em remissão. Em fevereiro deste ano, o câncer voltou.


;Ele precisa fazer o transplante de todo jeito. A compatibilidade é genética, mas ninguém da família é compatível e os médicos afirmam que o transplante deve ser feito nos próximos dois meses. Mas Michel é focado, determinado e tem muita fé. Está sempre sorrindo. Ele já entendeu que a missão dele é ajudar outros pacientes na mesma situação (a doação pode não servir para ele, mas pode ajudar muitas pessoas). Cinco doadores já foram chamados para salvar vidas;, conta a irmã Cristiane. Ela explica que a campanha #tamojuntomichel alcançou até algumas celebridades, como o jogador David Luiz e o cantor Luan Santana, que gravaram vídeos em apoio à causa e chamaram os fãs a doar. ;Conseguimos cadastrar 10 mil pessoas. Ele é uma inspiração para a luta;, afirma Cristiane.


Para encontrar o doador ideal, a família organiza mutirões como o de ontem para incentivar as pessoas a doar medula óssea e aumentar as chances de Michel. ;Não é só em Brasília, temos parentes em outras cidades e, em cada uma delas, alguém tomou a iniciativa de chamar a população para ajudar;, detalha Cristiane. Em Fortaleza, a ação ocorreu em um shopping. O Hemocentro levou os kits para o local e não foram suficientes. Naquele dia, dois doadores foram encontrados para salvar a vida de uma criança.


O cadastro


Para se inscrever no Redome é preciso ter entre 18 e 54 anos. ;O interessante é que, quem vem se cadastrar, aproveita a oportunidade para doar sangue. Quem precisa de medula óssea, normalmente, também precisa de sangue e plaquetas;, explica o médico e gerente do Ciclo de Doação do Hemocentro, Rodolfo Duarte. Quem está cadastrado também pode ajudar a salvar vidas ao redor do mundo ; o Brasil faz parte de um sistema de troca de informações de saúde internacional.


Ainda há tempo


Quem não compareceu ontem ao Hemocentro pode ajudar Michel Maruyama e muitos outros pacientes indo ao local de segunda a sábado, entre as 8h e as 18h, e se inscrevendo como doador de medula óssea. O procedimento é rápido, e o atendimento do período vespertino costuma ser mais eficiente. O Hemocentro fica no Setor Médico Hospitalar Norte, Quadra 3, Conjunto A, Bloco 3, Asa Norte. Telefone: (61) 3327-4447.



A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação