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Construções de madeira resgatam história de Brasília e sofrem com desgaste

Elas são poucas, mas ainda resistem ao tempo. As edificações em tábua são o retrato do início da construção de Brasília. Algumas foram restauradas e até tombadas, como o Catetinho; outras, porém, estão abandonadas ou à espera de reforma

postado em 16/03/2015 06:01
Uma das cinco casas do Conjunto Fazendinha, na Vila Planalto: como outras quatro edificações, espera por reforma. Só uma foi restaurada

De pé direito baixo e projeto simples, por alguns anos, as construções de madeira determinaram o início de Brasília. Antes da inauguração da nova capital, as instalações dos pioneiros em assentamentos, como a Cidade Livre, foram criadas para suprir as necessidades dos construtores da cidade. Igrejas, escolas, armazéns e residências. Nos últimos anos, algumas obras foram restauradas, outras até reformadas e modernizadas. No entanto, entre um muro e outro, ainda restam ruínas da história brasiliense.

O Correio percorreu a Vila Planalto, o Núcleo Bandeirante, o setor Metropolitana e a Candangolândia e encontrou 12 edificações de madeira que ainda resistem ao tempo e ao desgaste, sem contar algumas residências remanescentes. Locais como o Catetinho, o Museu Vivo da Memória Candanga e o antigo Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO) são tombados e considerados patrimônios históricos de Brasília. No entanto, um antigo posto dentário está abandonado na Praça Nelson Corso, na Vila Planalto, e poucos sabem sobre as memórias que estão ali guardadas.

Na Rua 10, um portão baixo de metal dá acesso a uma casa de tábuas velhas, remendos e um quintal com lixo e mato alto. O local faz parte do Conjunto Fazendinha. Ao todo, são cinco residências destinadas, na época, à moradia de funcionários na construção de Brasília. As estruturas são de piso único, chão avermelhado e com as janelas e o suporte da caixa d;água de madeira. Das cinco estruturas, só uma foi restaurada e serve como casa de acolhimento da Ampare (Associação de Mães Protetoras, Amigos e Recuperadora de Excepcionais) para crianças portadoras de deficiência abandonadas. ;Nunca fizemos grandes modificações. O telhado permanece de metal, colocamos um forro e grades nas janelas, por conta da segurança. Isso aqui faz parte da história de Brasília. Já morou até senador;, conta a coordenadora do lar, Maísa Gomes de Oliveira Bueno, 53 anos.

O espaço foi cedido pela Administração da Vila Planalto há 21 anos à irmã de Maísa, Gláucia Gomes, 59, que é diretora-geral da Ampare. Antes de ocuparem o espaço, a coordenadora relata que pessoas invadiam e ocupavam a edificação. Outras duas construções do conjunto são usadas como depósito pela Secretaria e Estado de Gestão do Território e Habitação (Segeth). A igreja da vila usava uma das edificações. A quinta estrutura servia como Centro de Orientação Socioeducativa (Cose) da Secretaria de Desenvolvimento e Transferência de Renda (Sedest). De acordo com a Secretaria de Cultura, a casa será a próxima restaurada. O projeto está em elaboração pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e ainda não há data para o início das obras.

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