Ontem foi um dia de festa para o Engenho das Lajes, povoado que faz parte da Região Administrativa do Gama. Afinal, não é sempre que a comunidade pode comemorar os 104 anos de um dos moradores. O piauiense José Camilo da Silva, mais conhecido como Zé da Hora, é o homem mais velho do local. A chácara de um dos habitantes do lugarejo, localizado à margem da BR-060, na divisa com Goiás, deu lugar à celebração. Dezenas de parentes e amigos marcaram presença. De São Paulo, vieram seis pessoas. Aristeu Camilo da Silva, 69 anos, primo de Zé da Hora, não perde nenhuam festa desde o 100; aniversário do parente. A sobrinha Cleide Maria de Sousa Oliveira, 44, junto do marido e dos dois filhos, foi a que fez a viagem mais longa: de Guaramirin (SC). ;Nem todo mundo tem a chance de conviver com alguém dessa idade na família, que ainda brinca e está lúcido;, justificou.
O neto David, 29 anos, foi o responsável por recepcionar os convidados. A irmã dele, Divany, 30, organizou o evento ; como faz há seis anos ; e ainda cuidou da cozinha. O cardápio da festa estava repleto de iguarias nordestinas, para homenagear a terra natal de Zé da Hora: cuscuz ao molho de carne moída, salada, costela com mandioca, arroz Maria Isabel, feijão tropeiro, feijão de corda e um dos pratos favoritos do avô: caldo de mocotó. Além de apreciar comidas tradicionais, o centenário aprendeu a gostar de macarrão instantâneo e de refrigerante. Na opinião dele, quem conseguiu chegar a essa idade não tem problema em comer algumas ;besteiras;.
História
Nascido em 19 de março de 1911, em São João do Piauí (PI), Zé da Hora passou a juventude trabalhando como tropeiro. Ajeitava sacas de arroz, de feijão e de farinha nos lombos de jumentos e transportava as cargas pelo sertão. Em 1953, ele se mudou para o Maranhão, onde realizou o mesmo trabalho. Com outros tropeiros, chegava a levar mais de 100 animais de carga de um estado para o outro. ;Tinha o José Minervino, que era bom de serviço, o Zacarias, que era preguiçoso, e eu, que fazia sozinho o trabalho que dois se juntavam para fazer, como botar a carga no jumento. Eu era o mais rápido, e começaram a me chamar de José da Hora;, relatou.
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