As aulas na rede pública de ensino do Distrito Federal iniciaram oficialmente há um mês, mas pelo menos 250 alunos matriculados no ensino fundamental não começaram a estudar. Faltam professores em instituições de ensino de Ceilândia, Taguatinga, Estrutural e Planaltina. Eles estão de licença médica ou simplesmente não foram lotados para turmas do 1; ao 5; anos. A Secretaria de Educação pretende resolver o problema dessas turmas até o fim da semana, mas o Sindicato dos Professores estima que haja carências em torno de 70% dos 654 colégios da capital. Além das ausências nas turmas com um só professor, faltam docentes de português, matemática, biologia, química.
Em 23 de fevereiro, quando deveria voltar ao Centro de Ensino Fundamental 2, na Cidade Estrutural, Jamile Soares Leite, 11 anos, arrumou a mochila nova e ficou ansiosa para encontrar os amigos. Porém, o caderno comprado com esforço pela mãe, Grace Kelly Soares Pinto, 26, ainda está em branco. ;Todo mundo voltou a estudar, menos eu. Gosto muito de ler. Pego os livros dos anos anteriores e revejo a matéria. Meu maior medo é ficar com o conteúdo defasado;, lamenta a menina. Ela e a mãe já foram ao colégio diversas vezes para obterem respostas, mas, até ontem, o que a diretoria respondia era o repassado pela Regional de Ensino. ;Eles dizem que estão aguardando. É difícil até para eu me programar e conseguir um emprego, pois com quem meus filhos vão ficar?;, questionou Grace.
O irmão de Jamile, Joseph Arcanjo Soares, 8, também estuda no CEF 2. Ontem, ele foi liberado por falta de docentes. ;Eles me ligaram para buscá-lo na escola. Como eu faria se estivesse com um emprego no Plano, por exemplo?;, questiona a mãe. Na sala de Jamile, são 35 alunos sem aula. Ontem, a professora de Joseph passou mal. Na escola, a Classe de Distorção Idade Série (Cedis) ; para estudantes com algum tipo de dificuldade ; também está sem aulas. São mais 30 crianças fora da escola devido a uma licença médica.
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