postado em 27/03/2015 10:34
Há pouco mais de um ano, Ceilândia ganhou o primeiro shopping center com foco nos habitantes da região. Além de atender ao público local, o JK é uma fonte de renda para a cidade. Dos 4 mil empregos diretos e indiretos gerados, 90% são ocupados por moradores de Ceilândia e de regiões próximas. Alguns dos trabalhadores que atuavam em outros empreendimentos do grupo pediram para ser transferidos para lá.Os recepcionistas Cristiano Celestino Lacerda, 31 anos, e Kelly da Silva, 30, são exemplos de funcionários que tiveram a opção de trabalhar mais perto de onde moram com a inauguração do shopping. ;Meu serviço, antes daqui, era na Esplanada. Eu tinha que acordar muito cedo, pegar trânsito, e, agora, estou a 10 minutos da minha casa;, relata Kelly. Formada em administração e mãe de dois filhos, ela atuou no local durante uma promoção de fim de ano e, há cerca de um mês, foi chamada para a vaga fixa e com carteira assinada. ;Antes, eu não tinha tempo para arrumar meus filhos para ir à escola. Eu saía e eles nem acordados estavam. Hoje, consigo deixar a casa organizada para vir trabalhar;, completa.
Para Cristiano, trabalhar perto de casa significou melhora na qualidade de vida. Ele é um dos veteranos da equipe, pois já trabalhava em outro shopping da rede e está no JK desde a inauguração. Como gasta apenas 15 minutos no trajeto de casa ao trabalho, ficou muito fácil distribuir melhor o tempo e dar continuidade aos estudos. Ele já é formado em gestão de recursos humanos, mas aproveita as horas livres para se qualificar sempre que surge uma oportunidade. Cristiano percebe, porém, que esse não é um privilégio apenas dele. ;Hoje, Ceilândia tem tudo. Deixou de ser uma cidade onde as pessoas dormem para ir trabalhar no Plano. Muitas das pessoas que moram na cidade trabalham aqui também;, observa.
Além do emprego, os dois têm em comum o apego pela região onde cresceram e onde se sentem acolhidos. ;Eu nasci e sempre morei aqui. Com 11 anos, minha mãe foi para o Recanto das Emas e eu fui com ela, mas, quando me casei, voltei para cá de novo, porque eu me encontro aqui;, conta Kelly. O clima de cidade pequena, onde não se sai de casa sem esbarrar com um vizinho na porta ou cruzar com amigos de infância a cada esquina, também conta pontos positivos. ;Gosto demais daqui, é o lugar que escolhi para criar meu filho. Minha esposa veio do Plano para cá por isso. Nós criamos meu filho perto de casa, dos avós dele, e meus pais ajudam bastante. Não me vejo morando em outro lugar;, resume Cristiano.
QUALIDADE
O shopping JK está inserido na região administrativa de Taguatinga, mas foi construído na divisa entre as duas cidades, no Setor M Norte, a poucos metros do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e do centro comercial às margens da Avenida Hélio Prates. O objetivo é oferecer serviços de qualidade ao público dos dois locais, conforme destaca o superintendente do empreendimento, Sidney Pereira. ;Nossa expectativa, de imediato, era atender 1 milhão de pessoas ao mês. Não chegamos a esse número ainda, mas estamos próximos, e com aceitação excelente pela região;, afirma.
Segundo dados das promoções feitas pelos lojistas, a cliente típica do shopping é professora, casada, tem mais de 40 anos e mora em Ceilândia. O cinema, o único da região, é uma das principais âncoras de clientes atualmente, e oferece também a única sala em 4K ; imagem de altíssima resolução ; do Distrito Federal. Para manter a comunidade envolvida com o empreendimento, foram realizadas ações promocionais e também são promovidos eventos com a participação de grupos culturais locais, como de teatro e de música. Até o Miss Ceilândia 2015 ocorreu no shopping, em 21 de março.
No total, o empreendimento tem 137 lojas em funcionamento e outras nove serão abertas até o fim do ano, o que corresponde a uma taxa de ocupação de 86%. Há cerca de cinco meses, também foi inaugurada a torre de escritórios, com 26 andares.
O vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana, que também é coordenador das administrações regionais, afirma que foi possível perceber a valorização dos imóveis da região ao longo do tempo. ;Eu moro em Ceilândia por opção. Tenho imóvel em Arniqueiras e nunca dormi uma noite lá. Moro aqui, no P Norte;, orgulha-se. Para Renato, ter um vice-governador morador da cidade é uma maneira de potencializar as coisas boas que ela tem. ;É preciso ter uma relação de afetividade com a cidade, que é o que faz você não jogar papel no chão, faz você jogar lixo no lugar do lixo, faz você ficar preocupado quando você vê que há um índice alarmante de violência. Só percebe isso se estiver fazendo a gestão com afetividade;, detalha.