Cidades

Águas Claras e Vicente Pires reclamam de falta de infraestrutura

Águas Claras nasceu de forma planejada, mas perdeu a característica original. Vicente Pires surgiu da ocupação irregular. Apesar disso, ambas as cidades acumulam carências que dificultam a vida dos seus habitantes

postado em 28/03/2015 08:00

As casas de Vicentes Pires contrastam com os prédios de Águas Claras: separados apenas pela Estrada Parque Taguatinga (EPTG)

Águas Claras e Vicente Pires têm histórias de criação distintas. O planejamento de uma se opôs à ocupação irregular da outra e deixou expostos os contrastes entre as duas regiões administrativas, separadas por uma via, a Estrada Parque Taguatinga (EPTG). A cidade vertical foi pensada para ser um vetor de crescimento do Distrito Federal, permitir a expansão do metrô, ter residências e comércio consolidados e ser independente do Plano Piloto. Vicente Pires cresceu na ilegalidade, sem qualquer controle ou fiscalização do Estado e carente de infraestrutura. Nos últimos 20 anos, porém, as duas sofreram grandes transformações e, hoje, guardam semelhanças nos problemas diários.


São comuns, de ambos os lados, queixas sobre trânsito caótico e falta de equipamentos públicos, como escolas e postos de saúde. Apesar de planejado, o projeto inicial de Águas Claras não permitia prédios com mais de 12 andares. Mas há espigões com 35 pavimentos. Uma mudança no Plano Diretor Local (PDL) da região, para atender demandas de outras localidades como Taguatinga, no entanto, permitiu que a cidade se transformasse em um paliteiro. O tecnólogo em recursos humanos Carlos Neto Santos, 41 anos, credita o problema no tráfego a essa transformação. ;Dependendo do horário, pego engarrafamento na saída da garagem;, queixa-se.


Carlos viu Águas Claras se desenvolver nos últimos anos e, consequentemente, percebeu os problemas inerentes ao crescimento. Apesar de se mudar em 2002 para lá, acompanha as transformações desde 1996, com o início da construção do prédio onde mora. ;Estamos bem abastecidos na área de lazer, temos parque, shoppings, bares e restaurantes, além de bons supermercados. Contudo, a cidade não conta com estacionamento, não há rede de galerias pluviais nem posto de saúde;, aponta. ;Venderam qualidade de vida, colocaram o dinheiro no bolso e foram embora;, conclui.


Para o presidente da Associação dos Moradores de Águas Claras Vertical, José Júlio de Oliveira, o governo não conseguiu acompanhar o inchaço da cidade. ;A RA tem sérios problemas de ordem urbanística. Falta estacionamento, e o metrô não atende mais a todos em virtude do adensamento rápido;, critica. Ele lembra, porém, o comércio pujante e o polo gastronômico. ;Nessa parte, desenvolveu-se muito. Vemos que pessoas de outras cidades, como Vicente Pires, vêm até aqui em busca desses serviços, mas não acredito que haja uma dependência entre as duas;, finaliza.

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