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Memorial a Jango não tem entrave, segundo Iphan e Administração de Brasília

O projeto foi o último de Oscar Niemeyer aprovado para Brasília. Saiu depois da viabilização de um convênio, em dezembro de 2012

Os preparativos para a construção do Memorial Liberdade e Democracia Presidente João Goulart causam polêmica e reúnem segmentos contrários à obra. Mas ela deverá, sim, virar realidade. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o terreno foi cedido ao empreendimento em 2013. Para a Administração de Brasília, falta apenas a análise da documentação entregue pelo governo anterior, mas não há evidências de irregularidade no projeto. Mesmo que o próprio idealizador da obra, Oscar Niemeyer, tenha dito que a construção era imaginada para outra cidade, o memorial poderá ser erguido em até quatro anos.



[SAIBAMAIS]O projeto foi o último de Oscar Niemeyer aprovado para Brasília. Saiu depois da viabilização de um convênio, em dezembro de 2012, entre o GDF, por meio da Secretaria de Cultura, e o Instituto Presidente João Goulart. Porém, agora que o Memorial está prestes a ser erguido, é alvo de diversos descontentamentos.

Arquitetos e urbanistas desaprovam a ideia. Uma delas é Maria Elisa Costa, filha de Lucio Costa e presidente da Associação Casa de Lucio Costa. Para ela, só se justifica, em Brasília, a existência de um memorial individualizado, que é o de Juscelino Kubitschek. ;Para todos os demais, existe a homenagem no Panteão da Democracia, na Praça dos Três Poderes. Acho que meu pai seria contrário à proliferação de memoriais;, disse a arquiteta.

Filho de Jango, João Vicente Goulart é presidente do Instituto Presidente João Goulart e defende a construção como a abertura de um espaço dedicado à defesa da liberdade e da democracia. ;Não é para exaltação de João Goulart. É para debater as grandes questões de quebra de soberania brasileira. Debates que fazem uma sociedade digna, um espaço para rever os valores nacionalistas e constitucionais, principalmente nos dias de hoje;, afirmou. João Vicente lembra que a importância de erguer o memorial foi defendida por Niemeyer e diz que não há provas de que o arquiteto a queria em outra cidade.