Cidades

Manifestação no Rio de Janeiro discute difícil acesso ao canabidiol

Após obterem a autorização para importar o canabidiol, substância indicada no tratamento de crises convulsivas, famílias dos pacientes ainda sofrem com a burocracia e os altos custos

postado em 03/04/2015 07:39

Thiago Costa, ladeado pelos pais e irmãos, começou a tomar o canabidiol há 12 dias: custo muito alto

Há um ano, uma família brasiliense conseguia, pela primeira vez na Justiça, o direito de importar o canabidiol (CBD), substância derivada da maconha usada em tratamentos de convulsões. Em janeiro último, mais uma vitória foi comemorada: a reclassificação do produto, que deixou de ser ilegal no Brasil, trouxe alívio para os pacientes. Provocou também uma reviravolta nas discussões sobre o tema no país. Mas quem depende do CBD para evitar as crises ainda esbarra em burocracia e no alto custo da importação e dos impostos a serem pagos. Hoje, haverá uma manifestação no Rio de Janeiro para chamar a atenção da sociedade para a causa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tirou da ilegalidade o CDB e o colocou na lista de substâncias controladas, em uma decisão histórica. Também ficou mais fácil e rápido conseguir uma autorização do órgão para importar o produto. No entanto, as famílias precisam pagar os impostos de importação e ir a São Paulo ou contratar um despachante para retirar o pacote na cidade. Os pais que compram os remédios para dar aos filhos souberam que uma portaria da Receita Federal seria elaborada para facilitar a importação do produto. Procurado, porém, o órgão se limitou a dizer que não comenta mudanças na legislação ou medidas em estudo.

Enquanto permanecer essa situação, sem o registro desses produtos no país, o custo para trazê-lo pode chegar a R$ 3 mil em um único pedido. Como é o caso do casal Danilo Gonçalves, 59 anos, e Luzia Magda Nunes Costa, 52. Os dois são pais de Thiago Costa Nunes, 29 anos. Ele tem síndrome de Lenox-Gastaut, um quadro grave de epilepsia generalizada. A doença foi descoberta quando o rapaz tinha apenas 6 meses de vida. ;Ele tinha de 30 a 60 convulsões diárias, fora as infecções e as pneumonias;, contou Luzia. Preocupados em proporcionar uma boa vida ao filho, que tem dificuldades para andar e falar, eles foram atrás de informações sobre o CBD. Na internet, encontraram outros pais com situação semelhante e trocaram figurinhas sobre o uso da substância. Levaram a possibilidade até a médica de Thiago, que estudou o caso.

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