Aos 4 anos de idade, ela descobriu que precisaria lutar contra um gigante. E, por vezes, teria de deixar o convívio de amigos e parentes para passar dias em um leito de hospital, lugar que antes quase não visitava. Catarina Melo Maciel tem 6 anos e um dos mais agressivos tipos de leucemia (leucemia linfoide aguda de células tipo T - LLAT). Há um ano e oito meses, ela aguarda um transplante de medula óssea, como mostrou o Correio em reportagem publicada na edição de ontem, que suscitou um movimento para incentivar a doação, com a hashtag #ajudecatarina. Mais de 4,7 mil pessoas curtiram e 479 compartilharam a publicação no Facebook do jornal até o fechamento desta edição, para alegria da mãe da menina, Nádia Melo, que afirma ter recebido ligações e mensagens de pessoas se solidarizando e solicitando informações sobre a doação. Catarina ainda não encontrou um doador compatível.
Segundo Nádia, a pequena é otimista e, sempre que o telefone toca, fala para a mãe atender logo por ter esperança de se tratar do seu doador. Ela conta, ainda, que o espírito da menina nunca mudou, mesmo depois que os cabelos caíram com as várias sessões de quimioterapia. ;Ela é vaidosa, mas nunca se preocupou com isso ou questionou. Sempre digo que ela é muito independente e madura, é uma cabeça de adulto em um corpo pequeno, é um espírito evoluído;, acredita. Nádia afirma que ela nunca reclama das idas ao hospital, embora fique muito cansada, em função da distância entre o Gama, cidade onde mora, e o Plano Piloto, onde fica o Hospital de Base do DF (HBDF), unidade onde ela faz o tratamento. Atualmente, ela está internada, o que ocorre a cada dois meses, por um período de 15 dias.
Sem escola
A mãe abandonou a vida profissional para se dedicar aos cuidados com a filha caçula. Antes do diagnóstico, ela trabalhava como secretária executiva. Nádia se mudou para o Sul do Brasil e voltou para a capital ao receber uma proposta de emprego, mas não chegou a assumir o cargo. ;Três meses depois que chegamos ao Sul, ela adoeceu. Levava ao médico, mas sempre falavam que era virose, faziam exames e não dava nada. Já em Brasília, numa consulta, logo desconfiaram do que era e a minha vida parou ali. Nossa vida era normal. Ela sempre foi uma criança alegre, extrovertida e, mesmo diante do que aconteceu, não se deixou abater. Ela é muito consciente de tudo, sabe de todos os medicamentos que toma, as sessões que tem que fazer, controla até o soro dela;, completa a mãe.
Ato de amor
; Quem pode doar?
Pessoas entre 18 e 55 anos que não tenham doença infecciosa ou incapacitante.
; O que é preciso fazer?
Preencher um formulário e passar pela tipagem sanguínea.
; Como é feita a coleta?
A retirada da medula ocorre com anestesia, nos ossos da bacia, e o voluntário estará plenamente recuperado em 15 dias. Um sistema informatizado cruzará os dados dos pacientes com os dos doadores para encontrar pares compatíveis.
; Que entidade procurar no DF?
Interessados em doar medula óssea devem procurar a Fundação Hemocentro de Brasília (FHB), no SMHN, Quadra 3, Conjunto A, Bloco3, Asa Norte, próximo ao Liberty Mall Shopping, das 8h às 17h. O telefone é 160, opção 2.
; Como ajudar Catarina?
Compartilhe a hashtag #ajudecatarina e faça seu cadastro no Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome), criado e gerenciado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. O sistema facilita as buscas de compatibilidade entre doadores e receptores.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .