Cidades

Ciclovias: buracos, desníveis e falta de sinalização são uns dos problemas

As pistas exclusivas para bicicleta no Plano Piloto não estimulam o uso do meio de transporte. Tampouco fazem a ligação entre as cidades, obrigando ciclistas a dividirem vias com carros

Breno Fortes, Luiz Calcagno
postado em 05/04/2015 08:00

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Feitas para facilitar a vida dos cidadãos que optaram por dispensar o carro pelo menos em alguns momentos, as ciclovias do Distrito Federal podem até atender às necessidades de quem é ciclista por lazer ou por curtas distâncias, mas estão longe de ser um ambiente seguro para quem usa a bicicleta como principal meio de transporte. Em diversos trechos, ciclistas enfrentam buracos, desníveis, falta de sinalização, interferências e, além disso, projetos confusos, com trajetos em zigue-zague, que aumentam a distância de casa para o trabalho ou para a escola. Resultado: muitos preferem andar lado a lado com os carros, seja para evitar uma queda, seja para chegar a tempo no destino. Para piorar, a ausência de vias especiais para bikes em rodovias de alta velocidade, como a Estrutural, por exemplo, aumenta o risco de acidentes para quem trafega de uma cidade para outra.

O Correio percorreu alguns trechos do Plano Piloto e do Sudoeste e confirmou as reclamações dos ciclistas. Da 215 Sul até a 408 Norte, mesmo priorizando o trajeto por ciclovias, a equipe foi obrigada, algumas vezes, a pedalar lado a lado com os carros. Os cerca de 460 quilômetros de vias para bicicletas no DF parecem ter sido pensados apenas para lazer e prática de esporte. O estudante e empresário Yuri Prestes, que mora em Ceilândia e pedala para o Plano Piloto diariamente, está entre os que evitam o uso das ciclovias. Ele tem uma empresa de entrega que usa a bike como meio de transporte e acompanhou os repórteres.

No trajeto, a equipe encontrou rachaduras provocadas por carros e caminhões que passam por cima das ciclovias. Na 204 Norte, ao lado de uma construção, na tentativa de impedir o tráfego de veículos pesados sobre a via já danificada, moradores colocaram uma placa e uma privada. Em um ponto mais adiante, usaram brita para cobrir os buracos. Na 408, próximo à Universidade de Brasília, há um desnível tão grande que parte da placa de concreto se soltou do chão. As irregularidades e placas soltas também se repetem no Sudoeste, próximo ao posto de combustível no fim da Avenida Principal e na via ao lado do Instituto Nacional de Meteorologia.

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