O clima no condomínio onde morreram pai e filho no domingo de Páscoa, após descarga elétrica, era de consternação ontem. A movimentação de carros em frente à casa de Paulo Roberto Loureiro de Alencar, 65 anos, e Igor Simões da Silva Alencar, 30, foi intensa durante toda a manhã. Reclusos, os familiares não deram detalhes de como tudo aconteceu e, até agora, as autoridades tratam o caso como uma fatalidade. Registros feitos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que a chuva de domingo atingiu níveis moderados, cerca de 23 milímetros, e a incidência de raios em Brasília, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), foi de 236 descargas ; número considerado baixo. O resultado da perícia da Polícia Civil com detalhes do incidente ficará pronto dentro de 30 dias. A investigação está a cargo da 30; Delegacia de Polícia (São Sebastião). Ontem, peritos voltaram ao local para vistoriar o carro, que ficou parcialmente queimado.
Paulo e Igor estavam em casa, no Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, com outros familiares, celebrando a Páscoa. Às 16h16, chovia na região. Um raio atingiu a fiação elétrica que passa na frente da casa da família e, por conta da força e da intensidade, um fio de alta-tensão rompeu e caiu em cima do carro estacionado junto ao meio-fio. Os pneus do veículo, um Celta placa JHP 0455, pegaram fogo. O condomínio ficou sem energia. Ao ver a situação, segundo testemunhas, Paulo tentou apagar as labaredas com uma mangueira. Descalço e molhado, recebeu uma descarga elétrica de 13,8 mil volts, no momento em que a energia voltou. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o intervalo entre a queda e a volta da luz foi de cinco minutos. Igor, que também estava descalço, tentou ajudar o pai e foi eletrocutado pela corrente elétrica que se formou entre o carro e o chão molhado. Os dois morreram na hora.
Os corpos serão velados hoje no Cemitério Campo da Esperança do Plano Piloto. O velório será na Capela 1, a partir das 11h, e o enterro ocorre às 15h. O empresário José Eduardo Filho, 65 anos, é sogro da irmã de Igor e conversou com a equipe do Correio na noite do acidente. Ele afirmou que pai e filho tinham uma excelente relação e moravam juntos no Jardim Botânico. Paulo alugou a casa onde vivia com a família, no Conjunto 14 da Quadra 2, em julho de 2013. Ele era funcionário público aposentado das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A (Eletronorte) e Igor, advogado.
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