Cavalcante (GO) ; Uma menina de 13 anos é vítima em dois inquéritos distintos instaurados este mês pela Polícia Civil em Cavalcante. Um diz respeito à primeira relação sexual dela, aos 10 anos. O autor tem 20. Está foragido. O outro caso trata da gravidez da garota, aos 12. O bebê, uma menina, nasceu há 15 dias. O pai também sumiu. Teria 21 anos. Além de não registrar a criança, nunca deu qualquer ajuda financeira à mãe dela. Tampouco prometeu algo.
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A menina, uma negra descendente de escravos, mora com a mãe, uma desempregada de 28 anos, na periferia de Cavalcante. Elas dividem o barraco, sem acabamento, de quatro cômodos ; quarto, sala, banheiro e cozinha ; com a única irmã da garota abusada. Aos 14 anos, a filha primogênita da desempregada teve bebê aos 13. Também no caso dela, o pai não registrou a criança nem a procurou após o nascimento do filho.
A família sobrevive da pensão de R$ 780 deixada pelo segundo marido da matriarca, que teve as filhas no primeiro casamento. Ela e o primeiro parceiro deixaram a roça, onde trabalhavam como lavradores em fazendas na divisa de Goiás com Tocantins, em busca de melhor vida em Cavalcante. Não prosperaram como esperado. O homem a abandonou na miséria e tomou destino ignorado. O segundo se separou, mas honra a pensão exigida pela Justiça.
[SAIBAMAIS]A mulher, as duas filhas e as duas netas fizeram o trajeto de cinco quilômetros de ida e volta à delegacia de Cavalcante, a pé, sob sol forte, na tarde da última quarta-feira. Foi a primeira vez de todas em um ambiente como aquele. E não partiu de nenhuma a iniciativa de denunciar algo. Os investigadores chegaram à família após serem informados da gravidez da menina de 12 anos. Em interrogatório, tentaram extrair dela o máximo de informações sobre o pai e o homem que tirou a sua virgindade. Ela só soube informar os primeiros nomes.
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