Cidades

Após ataques, comerciantes pedem a retirada de terminais de autoatendimento

O 12º ataque a terminais de autoatendimento no ano, desta vez na Universidade de Brasília, evidencia a ousadia das quadrilhas especializadas

Nathália Cardim
postado em 14/04/2015 06:00

A explosão do terminal de autoatendimento espalhou restos do equipamento pelo chão da reitoria e ainda estourou um cano: destruição

Antes restrito a certos tipos de estabelecimentos, como postos de combustíveis e lojas de conveniência, a explosão de caixas eletrônicos dissemina-se pela capital federal. Desta vez, a violência desse tipo de crime invadiu o ambiente acadêmico da Universidade de Brasília (UnB). Pelo menos três criminosos encapuzados invadiram o prédio da Reitoria e dispararam três vezes contra os vigilantes, que só perceberam a presença dos assaltantes quando escutaram o barulho dos explosivos.

De acordo com o reitor da UnB, Ivan Camargo, os seguranças da instituição faziam uma ronda pelo Câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte, no momento em que os ladrões detonaram o caixa. ;Estamos todos assustados. Felizmente, nenhum dos nossos funcionários ficou ferido. Agora, medidas de segurança serão tomadas para que isso não ocorra novamente. É um fato isolado. Nunca tinha acontecido na nossa universidade;, relatou Ivan.

Os criminosos fugiram quando os vigilantes, que não trabalham armados, ligaram a sirene de um carro. O trio deixou para trás um pé de cabra, mas levou quantia não determinada. Várias cédulas ficaram espalhadas pelo chão, assim como restos do terminal, que ficou destruído. A explosão foi tão forte que a tampa do cofre foi arremessada a mais de 10m. Um cano estourou. O Corpo de Bombeiros e o esquadrão antibomba foram acionados. E o local passou por perícia no início da manhã. O caixa não tinha dispositivo de segurança capaz de danificar as cédulas.

Ivan Camargo conta, ainda, que existe um projeto para minimizar ações de bandidos na UnB. ;Com a colaboração da empresa terceirizada de segurança, tivemos uma redução significativa em crimes na instituição. A parceria com a Polícia Militar também tem nos ajudado a reduzir o nível de insegurança não só na reitoria, mas em todo o câmpus;, explicou. ;Estamos com um projeto de segurança bem avançado, no qual recolocaremos câmeras de segurança para monitorar e visualizar constantemente tudo o que acontece.;

Tecnologia

Essa modalidade de crime cresce a cada ano no Distrito Federal, como mostram dados da Secretaria de Segurança Pública nos últimos três anos. Em 2013, houve três explosões e duas tentativas. No ano passado, foram nove roubos e três ataques frustrados. Neste ano, são cinco assaltos e seis tentativas. Com a UnB, chaga ao 12; caso em 2015.

Para o consultor em segurança pública George Felipe Dantas, não há limite para a criminalidade. Segundo ele, o ambiente da universidade é até favorável para a prática desse tipo de crime, em função do pouco movimento durante a madrugada. ;Não podemos pensar que uma instituição de nível superior não faça parte de um padrão de criminalidade. Afinal, nesse locais, não há uma segurança específica, diferentemente do que ocorre dentro das agências bancárias. Então, são alvos;, avaliou. O especialista criticou ainda a ausência de novas tecnologias para minimizar esse tipo de prática.

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