Juliana pedalava com quatro outras pessoas, à direita da pista. Segundo testemunhas, o condutor de uma VW Amarok branca teria xingado os ciclistas e lançado o veículo na frente deles para que todos freassem bruscamente. Os outros conseguiram escapar, mas Juliana acabou lançada para a frente.
O suspeito, um médico mastologista, será ouvido em depoimento nos próximos dias. A 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) trata o caso como lesão corporal culposa, quando não há intenção de lesionar. A possibilidade de dolo, porém, não foi descartada. Nesse caso, o motorista pode ser indiciado por lesão e fuga do local do acidente.
Segundo um dos ciclistas que pedalava com o grupo, Filipe Aragão, 30 anos, o Corpo de Bombeiros prestou os primeiros socorros. Juliana está internada no Hospital Santa Luzia e às 19h desta quarta-feira passaria por uma cirurgia. ;A intenção dele era de que todos batessem na traseira do veículo. O motorista gritava ofensas, pedia para que saíssemos da rua, porque dizia que lá não era lugar para ciclistas e mandava todos irem trabalhar, como se ninguém tivesse família ou não trabalhasse. O que aconteceu é uma falta de respeito com o próximo;, ressaltou o empresário.
O analista de redes, Marcelo Tolentino, 45 anos, era o primeiro do pelotão dos ciclistas. Ele destacou que o motorista já seguia o grupo na faixa à direita. ;Ele nos ultrapassou, buzinou de forma agressiva, e logo fez a manobra para a direita. A atitude é, no mínimo, intolerante com o ciclista. É triste a incapacidade que alguns motoristas têm em conviver junto com a bicicleta;, disse.
Segundo o Diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do Detran, Silvain Fonseca, pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), onde não há ciclovia ou acostamento, a circulação de bicicletas em pista de rolamento é permitida. Para isso, é necessária uma distância de 1,5 metro entre o carro e o ciclista. Quem descumprir a norma está sujeito a infração média, quatro pontos na carteira e multa de R$ 85,13.