Cidades

Véspera de feriado na Câmara Legislativa tem corredores vazios

A reportagem do Correio esteve ontem na Casa e viu um movimento muito menor do que o normal

postado em 21/04/2015 08:02
A reportagem do Correio esteve ontem na Casa e viu um movimento muito menor do que o normal
Trabalhar em uma segunda-feira, quase ninguém gosta. Quando o início da semana cai numa véspera de feriado, como ontem, fica mais difícil encontrar alguém cumprindo horário feliz. Mas o trabalhador não tem opção: se foi declarado dia útil, tem de chegar na hora marcada e ficar até o fim do expediente. Na Câmara Legislativa do DF, porém, a regra não foi cumprida à risca. A reportagem do Correio esteve ontem na Casa e viu um movimento muito menor do que o normal. Os corredores, geralmente movimentados, estavam vazios; a garagem não tinha metade dos carros que estacionam ali; alguns gabinetes e até a sala onde fica a Ouvidoria do órgão estavam fechados.

Mais uma prova de que a Câmara não funcionou normalmente é que, desde o início da atual legislatura, essa foi a 11; segunda-feira de trabalho e apenas a segunda data sem nenhuma atividade ; a outra foi em 16 de fevereiro. Nas demais, apesar de não ter acontecido sessão ordinária, os distritais realizaram audiências públicas, seminários, sessões solenes ou se reuniram em comissões. Sem programação formal, o clima era de fim de semana. Ao meio-dia, uma funcionária cruzou a porta de saída e desejou ;um bom feriado; aos porteiros. Presume-se, portanto, que ela não voltou à tarde para seguir no trabalho.

O mau exemplo dado pela maioria contamina o ambiente. Funcionários da limpeza e da copa, que são terceirizados, evitam revelar o nome, mas criticam a ausência de servidores e chefes. ;Em véspera de feriado é sempre assim. Equipe completa só na limpeza e na cozinha;, resumiu um dos trabalhadores. Nas repartições, em salas grandes com 20 computadores, se via no máximo 10 pessoas. No momento em que o Correio esteve na Casa, a porta das salas da Ouvidoria e da Corregedoria da Casa, que geralmente ficam abertas, se encontravam fechadas.

Emerson Massullo, professor de ciências políticas da Universidade de Brasília (UnB), critica a ausência de funcionários e deputados na Casa, pois se trata de um dia comum de trabalho. ;Mesmo que não haja sessão deliberativa de plenário, a parte administrativa tem de funcionar. E eu entendo que um funcionário do gabinete de algum deputado, por exemplo, faz parte do corpo administrativo da Casa;, afirma. Ele também lembra que demandas da Casa têm prazos processuais. ;Alguns expedientes têm validade e hoje (ontem) contou como dia normal. Os trabalhos não param. Os funcionários da Casa têm que acompanhar;, acredita. O Diário da Câmara Legislativa foi publicado ontem. Mais uma prova de que tudo deveria ter corrido normalmente. ;A publicação oficial da Câmara oficializa o expediente. Era para ter sido um dia comum;, diz.

Palácio do Buriti
No Executivo local e nacional, também foi um dia comum. No Congresso Nacional, idem. Mesmo que formalmente tenha sido uma data útil, o clima era de feriado. Na Esplanada, onde geralmente não existe local para estacionar o carro, sobravam vagas ao longo do meio-fio. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, locais acostumados com um ritmo de trabalho mais calmo às segundas e às sextas-feiras porque os parlamentares voltam às suas bases eleitorais, eram quase desertos. Nos corredores, também se viam poucas pessoas. O Correio procurou a presidência da Câmara Legislativa. Até o fechamento desta edição, ninguém havia se pronunciado.

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