Sentados no banco ao lado do Bloco B da 306 Sul, Alcides e Alexandre têm muito o que lembrar sobre o ano de 1960. Funcionários públicos, cariocas, jovens e apaixonados pela boemia do Rio de Janeiro, eles foram transferidos para a capital do país para dar início às atividades políticas da cidade nova. Contrariados, eles vieram. Alcides, ex-servidor da Câmara dos Deputados, chegou de avião. Alexandre, que trabalhava em um ministério, veio espremido com a família de carro. Não queriam arriscar o destino em uma cidade ainda em construção, mas hoje, 55 anos depois da inauguração da nova capital, eles não imaginam a vida longe dos traços de Oscar Niemeyer.
Alcides e Alexandre nunca tinham se visto nas ruas do Rio de Janeiro. Mas bastou a transferência para o Distrito Federal para que se tornassem amigos. Hoje, eles têm orgulho em lembrar que fizeram parte da história da cidade. Quando chegaram, eram poucas as construções. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) foi o primeiro órgão criado e era responsável por recepcionar os novos servidores públicos da capital, junto de um Grupo de Trabalho de Brasília. Alguns documentos da época estão bem guardados e conservados no Arquivo Público do DF. Carteiras de trabalho e requisições do então prefeito Paulo de Tarso figuram entre os papéis.
Alcides Martins Toledo, 88 anos, é uma memória viva de como o governo federal teve início em Brasília. A carreira dele começou em 1946, quando ingressou na Câmara, ainda no Rio de Janeiro. Contou com uma ajudinha especial. ;Meu pai era servidor do Ministério da Justiça, e o Tancredo (Neves), ministro na época, me arrumou o emprego;, conta, orgulhoso. Alcides entrou na Casa para trabalhar na faxina e logo foi promovido a ascensorista. ;Eu ficava no elevador da Presidência. Conhecia todos os deputados.; Quando Alcides recebeu o convite para embarcar rumo a Brasília, a dúvida foi grande. ;Eu não queria, mas tive que vir.;
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